Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone A crueldade que nos circunda
 

Há algum tempo, uma senhora nos buscou e abriu seu coração de mãe e avó, preocupada com a crueldade praticada por jovens, no nosso país.

Pediu-nos que falássemos a respeito do assunto. Talvez haja um jeito de conter essa onda de violência e descaso para com a vida dos semelhantes, desabafou.

Sem a pretensão de apresentar uma fórmula capaz de solucionar o problema grave por que passa grande parte dos nossos jovens, exporemos algumas idéias dos Espíritos Superiores que sabem, mais do que imaginamos, os dramas por que passamos na face da Terra.

Elucidam que há possibilidades diversas para que tal situação se apresente.

Uma delas está justamente no Espírito reencarnado, ou seja, no Espírito que anima o corpo do nosso filho problema, que traz a própria bagagem infeliz de vidas anteriores.

Esse filho, mesmo tendo por parte dos pais os melhores exemplos de vida digna, de honestidade e grandeza no esforço do bem, não se interessará pela honradez ou probidade dos pais.

Ainda assim, cabe aos pais o esforço por continuar exemplificando o bem, mesmo que possa parecer inútil, pois um dia ele despertará para uma nova e melhor realidade.

Outra possibilidade é a da demissão dos pais, enquanto educadores de seus filhos.

Pais que largam os filhos "ao Deus dará", sem se preocuparem com o que fazem desde a infância.

E esses crescem com as informações variadas que lhes chegam por diversos meios, sem que alguém os oriente sobre o que é certo e o que não é.

Filhos que passam boa parte da infância e adolescência em frente à televisão, vendo os desenhos animados de crueldade, violência e brutalidade.

Outros, passam horas com os vídeos-games, sem que os pais se preocupem, sequer, em observar com que tipo de jogos seus filhos se divertem.

Dia desses, observávamos dois garotos brincando na rua de um condomínio fechado, onde não deveria haver perigo, pois que lá ninguém entra sem ser convidado.

Mas tal foi a nossa surpresa, quando um dos garotinhos, de apenas oito anos de idade, sacou do bolso um canivete e ameaçou o amiguinho, só porque este ajuntou do chão um papel de bala que ele desejava para si.

Percebendo a possibilidade de alguém sair ferido, fomos até a portaria e avisamos um dos porteiros que o garoto estava com o canivete.

Este nos disse, para maior surpresa ainda, que ele já havia falado com a mãe do menino, e ela lhe dissera que sabia, pois fora ela mesma que o presenteara com a arma.

Podemos imaginar, pela tendência do garoto, o que ele fará com apenas mais uns anos de idade.

Talvez essa mãe venha a amargar mais tarde, as conseqüências da sua indiferença com relação às atitudes do filho.

*   *   *

O escritor e poeta Khalil Gibran, a respeito dos pais assim se expressou:

"Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.

O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.

Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria. Pois assim como ele ama a flecha que voa, ama também o arco que permanece estável."

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 17 do livro Vereda familiar, pelo Espírito Thereza de Brito, psicografia de J.Raul Teixeira, ed. Fráter, e no cap. Os filhos, do livro O profeta, de Gibran Khalil Gibran, ed.Agigi.

Em 23.01.2008.

 

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