As palavras de Jesus são tão profundas que não perdem a atualidade das verdades que contêm, mesmo que os séculos se escoem.
João Evangelista teve a oportunidade de anotar o seguinte ensinamento dado pelo Mestre de Nazaré:
Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sereis se as fizerdes.
Jesus estabeleceu, nesta assertiva, que deve haver consonância entre o saber e o fazer.
Dá a entender que de nada vale a teoria sem o exercício, sem a prática.
Podemos ter vasta cultura, muitas informações mas se tudo isso não servir para alterar o nosso comportamento, para mover as nossas ações, é bagagem morta.
Conforme o dito popular, a soberania do rei não está na coroa, mas na cabeça que a sustenta.
Assim, não nos adianta exibir os tesouros da cultura, sem fazê-los luzir na alma.
Os cristãos de todos os tempos falam de solidariedade. Têm conhecimento do que significa essa virtude, mas geralmente só a exercitam em épocas de grandes calamidades.
No dizer de Jesus, é preciso aliar o conhecimento aos atos, não de tempos em tempos, mas constantemente, no dia-a-dia, exercendo a solidariedade com quem convive conosco no lar, no trabalho, na via pública, enfim, em todos os momentos.
Ser solidário com os sofrimentos e dificuldades dos familiares, dos amigos, dos colegas.
Outra virtude muito conhecida e pouco vivida é a tolerância.
E a nossa falta de tolerância é mais frequente junto aos que convivem conosco sob o mesmo teto.
Com os de fora do âmbito familiar é comum fingirmos essa virtude, porque temos que passar uma imagem positiva.
Assim, se um estranho nos pisa no pé, damos um sorriso meio sem graça e toleramos, mas se esse alguém é da família, que se prepare para ouvir xingamentos.
Falamos de muitas virtudes, pregamos outras tantas mas daí a colocá-las em prática, vai grande distância.
O importante é que reflitamos um pouco sobre essas palavras de Jesus, o Mestre por excelência.
E, na medida do possível, incorporemos Seus ensinos em nossos pensamentos e atos, de forma a vivê-los naturalmente e com fidelidade.
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A existência de uma teoria elevada envolve a necessidade de experiência e trabalho.
Se a ação edificante fosse desnecessária, a mais humilde tese do bem deixaria de existir por inútil.
João assinalou a lição do Mestre com sabedoria. Demonstra o versículo que somente os que concretizam os ensinamentos do Senhor podem ser bem-aventurados.
Aí reside, no campo do serviço cristão, a diferença entre a cultura e a prática, entre saber e fazer.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 49
do livro Caminho, verdade e vida, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Em 31.01.2010.