Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Onde anda a sensibilidade?
 

 

O proprietário da loja pregou uma placa acima da porta do Estabelecimento com os seguintes dizeres: Vendem-se filhotes.

Placas como essas costumam atrair a atenção de crianças. E foi assim que apareceu um garotinho interessado no assunto e adentrou à loja, decidido.

Por quanto o senhor vai vender os filhotes? - perguntou entusiasmado.

O comerciante respondeu prontamente que o preço seria entre 30 e 50 reais.

O menino remexeu os bolsos e tirou alguns trocados. Eu tenho dois reais e trinta e sete centavos. Posso vê­-los?

O dono da loja sorriu, assobiou e, de dentro do canil surgiu Lady correndo pelos corredores, seguida por 5 pequeninas bolas de pelo.

Um dos filhotes, porém, estava atrasado, ficara muito atrás dos outros que corriam e saltitavam alegres.

O que há de errado com o cachorrinho? Perguntou o menino.

O comerciante explicou que o veterinário tinha examinado o filhotinho e descoberto que ele não tinha um encaixe no quadril. Por esse motivo, iria mancar para sempre. Seria sempre coxo.

Os olhos do garotinho brilharam... Este é o cachorrinho que eu quero comprar, observou sorrindo.

Não, você não quer comprar este filhote... Se você realmente o quer, eu o darei a você, assegurou o fornecedor.

O menino ficou aborrecido e, olhando nos olhos do homem, disse com firmeza: Eu não quero que você me dê! Aquele cachorrinho vale tanto quanto os demais. Eu pagarei o preço certo.

Vou dar estas moedas agora, e 50 centavos por mês, até que tenha pago tudo.

O dono da loja retrucou: Você não pode comprar este cachorrinho! Ele nunca poderá correr, pular e brincar com você, como os outros filhotes.

Diante disso, o menino se abaixou e levantou a calça para mostrar a perna esquerda paralisada e torcida, sustentada por um anel de metal.

Olhou para o comerciante e respondeu docemente:

Bem, eu mesmo não corro tão bem... E além disso, o filhotinho vai precisar de alguém que o compreenda.

 

Ao ler esta história, ficamos a nos questionar: Onde foi parar a sensibilidade das nossas crianças?

Será que elas foram contaminadas pela insensibilidade dos adultos? Ou será que estão se tornando criaturas individualistas, por se acostumarem a viver meio sozinhas?

Observando um garoto a conduzir seu cãozinho a tapas e pontapés, pensamos que talvez o motivo esteja na forma de educação que damos aos filhos.

Deixando-os a sós diante dos videogames e cd-roms com poder absoluto sobre os personagens animados, que obedecem à sua vontade, bastando um simples toque nos controles.

Não lhes informando que esses personagens são uma fantasia distante da nossa realidade. Realidade que não submete ninguém aos nossos caprichos e manhas.

Realidade que nos pede carinho e compreensão para com as limitações dos semelhantes.

*   *   *

É importante ensinarmos aos nossos filhos que a vida de relação faz parte da nossa existência.

Que nascemos para servir e não para sermos servidos.

Enfim, que devemos respeito e consideração à Criação Divina, da qual também fazemos parte.

Pense nisso, mas pense agora!

Redação do Momento Espírita, com
 base em história do livro
Chicken soup for the soul, Stories
 to open the heart and rekindle
 the spirit, ed. HCI.
Em 11.01.2008.

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