Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Mensagem de Jesus

        Ele era um copista, profissão muito importante naqueles idos dos anos trezentos.

        Teódulo é seu nome. Atado ao poste, recebe o suplício. Desejam que confesse.

        O magistrado lhe aponta um rolo de pergaminho e deseja que ele confirme que a letra é sua, que ele copiou aquelas folhas. Deseja mais: quer saber para quem as copiou, quando e por quê?

        Teódulo não reconhece a letra. Não copiara aqueles textos e não sabe a quem pertencem.

        Decidem os juízes lhe dar um tempo para ele examinar os textos e se certificar de que os redigira ou então, identificar o copista.

        No decorrer das horas seguintes, Teódulo absorve-se na leitura das folhas.

        Demora-se no exame das passagens grafadas carinhosamente e atribuídas a um tal de Levi. Mateus, em grego.

        Ele sente carência de alimento e água, contudo, sente-se transposto a uma espécie de céu interior.

        Está ali o mais belo legado que um pensador poderia deixar à Humanidade. É a fórmula para a reforma e a libertação dos homens.

        Os seus algozes retornam à tarde e o levam outra vez ao interrogatório.

        Teódulo ergue a fronte e, com coragem, exclama:

        Senhor Procurador, mais uma vez vos afirmo que não sou o responsável por esta cópia.

        No entanto, o texto grafado é tão nobre e de tamanha dignidade que eu me sentiria honrado em esmerar-me na sua transcrição.

        A confissão lhe valeu ser levado desnudo ao poste do suplício. Se o exame comparativo com outros trabalhos seus atesta a sua inocência, ele tivera a ousadia de desacatar a autoridade e necessitava ser punido.

        O açoite lhe corta as espáduas. Seus músculos estremecem. O suor abunda e o sangue lhe corre pelo corpo.

        Com a cabeça pendida, Teódulo pensa:

        Até que ponto se pode sofrer pela verdade?

        A noite devora a paisagem. Liberto, ele se levanta e vai em busca do local onde se reúnem os homens do Caminho.

        Entra discretamente e ouve com interesse.

        Aquela mensagem é sua também, pois ele sofrera por ela.

        Cerra os olhos. Mente e coração se unem numa súplica:

        Jesus, hoje eu tenho a Te oferecer as minhas feridas ainda frescas. Que as Tuas palavras em meu Espírito durem o que as cicatrizes durarem.

*   *   *

        Jesus em nossas vidas é sempre um marco divisor entre o antes e o depois.

        Ante Sua mensagem não há quem possa permanecer indiferente.

        Uns a repelem e perseguem os que a divulgam.

        Outros a abraçam e, mesmo em meio às dores e dificuldades, conquistam a felicidade desde o hoje.

        Jesus é sempre o estuário da tranqüilidade, o arquipélago da paz.

*   *   *

        Atribui-se a Mateus a escrita do primeiro Evangelho de Jesus.

        Ele foi escrito em língua hebraica e o próprio Mateus o traduziu, em seguida, para o grego.

        Evangelho quer dizer Boa Nova.

        O autor, Mateus, prova, pelo que escreve, que foi testemunha ocular e contemporâneo de Jesus.

Redação do Momento Espírita com base no cap. Teódulo, do livro Esquina de pedra, de Wallace Leal Rodrigues, ed. O Clarim.
Em 24.07.2008.

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