Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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        Em um dos livros bíblicos – o Eclesiastes – há um texto de grande beleza. É o capítulo 3.

        Esse texto, que é atribuído ao sábio Rei Salomão, versa sobre o tempo e é uma preciosa lição.

        Diz que tudo tem o seu tempo determinado, e que há tempo para todo o propósito sob o céu.

        Há tempo de nascer, e tempo de morrer. Tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou.

        Tempo de derrubar, e tempo de edificar. Tempo de chorar, e tempo de rir ou de dançar.

        Tempo de abraçar, e tempo de afastar-se.  Tempo de buscar, e tempo de perder.

        Tempo de guardar, e tempo de lançar fora. Tempo de rasgar, e tempo de costurar.

        Tempo de calar, e tempo de falar.

        É uma sábia avaliação do ritmo e das leis que regem a vida. Nascemos quando precisamos de mais uma experiência na Terra.

        E devemos deixar o corpo, no momento exato em que já cumprimos nossa missão na Terra. Nem antes, nem depois, mas no exato momento em que Deus nos convida a voltar para a nossa casa celeste.

        Há a hora certa para falar: é quando nos dispomos a consolar o que chora, a emprestar um ombro amigo, a dar um bom conselho.

        Há o momento de silenciar, quando basta segurar a mão de alguém e transmitir solidariedade.

        E há o momento de calar, para não ofender, magoar, maltratar.

        Há o momento de plantar e o de colher. Não podemos esquecer que tudo o que semearmos livremente, seremos obrigados a colher mais tarde.

        É uma lei universal chamada causa e efeito: a vida nos devolverá na exata medida do que fizermos.

        Seríamos tão mais felizes se observássemos o momento adequado de todas as coisas.

        A vida requer olhos atentos. Não apenas os olhos físicos, mas as janelas da alma que são capazes de identificar necessidades e potenciais alheios.

        As almas sensíveis reconhecem a hora certa de agir.

        Diz o texto do Eclesiastes que não há coisa melhor do que alegrar-se e fazer o bem. Somente um sábio seria capaz de dizer tão profunda verdade com tanta simplicidade!

        Viver contente com todos os aprendizados que a vida traz é uma arte pouco praticada e quase desconhecida.

        Saber alegrar-se com as pequeninas coisas de todo dia. Descobrir poesia em pétalas de flor, luares e poentes.

        E fazer o bem? Há atividade mais agradável aos olhos de Deus que amar todos os seres, respeitar a Criação Divina, impregnar-se de ternura?

        É esse sentimento de admiração à obra Divina que fez o sábio Salomão escrever:

        Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente. Nada se lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar.

        Sim, diante da obra Divina, só nos cabe entender que nada acontece sem que o Pai Celeste saiba e permita.

        Embora debaixo do sol haja mais impiedade que demonstrações de amor, mais iniqüidade que justiça, acredite: tudo está correto e seguindo a vontade Divina.

        Isso é tranqüilizador.

        O importante não é a maneira como os outros agem, mas como nós agimos.

* * *

        Não se preocupe com os outros. Preste contas apenas de sua vida e de seus atos.

        Alegre-se com o amor de Deus, aja de forma reta, tenha a consciência asserenada pelo dever cumprido. Tudo isso se transforma automaticamente em felicidade.

Redação do Momento Espírita.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 7, ed. Fep.
Em 19.05.2008..

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