Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Estação das Perdas

         Há horas em nossa vida que somos tomados por uma enorme sensação de inutilidade, de vazio.

         Questionamos o porquê de nossa existência e nada parece fazer sentido.

         Concentramos nossa atenção no lado mais cruel da vida – aquele que é implacável e a todos afeta indistintamente: as perdas do ser humano.

         Ao nascer, perdemos o aconchego, a segurança e a proteção do útero.

         Estamos, a partir de então, por nossa conta – sozinhos, podem dizer alguns.

         Começamos a vida em perda, e nela continuamos –dizem outros.

         Porém, paradoxalmente, se notarmos bem, e se nos atrevermos a ver tudo isso sob um outro ponto de vista, um ponto de vista mais otimista, quem sabe, descobriremos algumas coisas como:

         No momento em que perdemos algo, novas oportunidades nos surgem.

         Ao perdemos o aconchego do útero, ganhamos os braços do Mundo.

         Ele nos acolhe, nos assusta e nos encanta, nos destrói e nos eleva.

         E continuamos a perder... E seguimos a ganhar.

         Perdemos a inocência da infância, e ganhamos a confiança absoluta na mão que segura nossa mão.

         Ganhamos a coragem de andar na bicicleta sem rodinhas porque alguém ao nosso lado nos assegura que não nos deixará cair.

         Perdemos a inocência da infância, e adquirimos a capacidade de questionar: por quê?

         Perguntamos a todos e de tudo. Estamos crescendo.

         Nascer, crescer, adolescer, amadurecer, envelhecer, morrer, renascer.

         Cada nova fase revela perdas. Cada nova fase aponta novos ganhos.

         A vida é obra encantadora do Criador. Nada nela existe por acaso. Nada funciona ou acontece sem seguir uma lei maior, uma razão.

         Nem mesmo a tão temida “morte” deve ser considerada como oposto de “vida”. O que chamamos de morte é apenas uma entrada para outra estação da mesma vida.

         Assim, quando achamos que “perdemos” pessoas que amamos, deveríamos enxergar que “ganhamos” um grande amor, e este nunca se perderá.

         Cada pessoa que entra em nossa vida, e que nela permanece através do amor, nunca mais estará distante.

         Que ganho maravilhoso este! Que certeza esperançosa, revolucionária.

         A vida não começa em perda, começa em “oportunidade”.

         Nascer é ganhar nova chance de seguir adiante. Nova chance de descobrir, de conhecer e de amar.

         Quem ama nunca perde. Quem doa nunca fica sem.

Pensamento

O Espírito Fénelon, na obra O evangelho segundo o espiritismo, traz uma importante reflexão. Diz-nos ele:

         “Humanos, é nesse ponto que precisais elevar-vos acima do terra-a-terra da vida, para compreenderdes que o bem, muitas vezes, está onde julgais ver o mal(...)

         Por que haveis de avaliar a justiça divina pela vossa?

         Podeis supor que o Senhor dos Mundos se aplique, por mero capricho, a vos infligir penas cruéis?

         Nada se faz sem um fim inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a sua razão de ser.”

 

Redação do Momento Espírita com base
 em texto atribuído a Aila Magalhães,
recebido pela Internet e no cap. V  de
 O evangelho segundo o espiritismo,
 de Allan Kardec, ed. Feb.

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