Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Servir a Deus ou a Mamon

No mundo moderno a circulação monetária dá-se com grande desenvoltura.

As ocorrências da economia de um país rapidamente se fazem sentir nos mais variados cantos do planeta.

Vultosos recursos circulam no mercado internacional, à procura de boas oportunidades de investimento.

Mas não reside apenas aí a mutação verificada em questões financeiras.

Tem-se o dinheiro de plástico, na forma de cartões de crédito e débito.

Eles permitem realizar compras com simplicidade e sem a movimentação física de papel-moeda.

A Internet também importa em uma revolução, ao viabilizar a rápida transferência de vastos recursos.

Não é viável ignorar a importância do dinheiro na vida humana.

A miséria não constitui ambiente propício à paz e ao desenvolvimento social.

Então, importa pensar no modo pelo qual nos relacionamos com o dinheiro.

Não falta quem tenha preconceito quanto aos recursos amoedados.

Fala-se que o dinheiro é algo sujo, como se possuísse qualidades morais.

Contudo, ele é apenas um instrumento, absolutamente neutro, embora dotado de grande potencial.

Frequentemente se invoca a passagem evangélica, na qual Jesus afirma ser impossível servir a Deus e a Mamon.

Entretanto, nela não é viável identificar uma condenação ao dinheiro em si.

O que o Mestre deixa claro é que o dinheiro não deve ser idolatrado.

Ele não pode competir com Deus no coração do homem.

Mas isso evidentemente não significa que deva converter-se em tabu.

A posse de grande fortuna muitas vezes instila no coração do homem uma falsa impressão de superioridade.

O rico vicioso costuma ser bem recebido em todos os lugares.

Isso talvez lhe dê a sensação de tudo poder e de que as regras morais não se lhe aplicam.

A riqueza também propicia a satisfação dos mais loucos caprichos.

Justamente por isso, ela dificulta a pacificação interior.

Mas por ser uma prova difícil, não se segue que a fortuna seja intrinsecamente má.

Quem dispõe de vastos recursos pode ser extremamente útil à sociedade.

As indústrias empregam milhares de pessoas, assegurando dignidade aos trabalhadores.

O homem é muito mais feliz ao receber um salário que mereceu, do que ao estender a mão para pedir esmolas.

As pesquisas que aprimoram a medicina e tornam a vida mais fácil demandam vastos recursos.

Assim, o dinheiro nada tem de execrável, embora não deva ser idolatrado.

Ninguém consegue levar a fortuna para o túmulo.

Mas o bem que se houver feito constitui um tesouro imperecível e para sempre registrado na consciência.

Procure relacionar-se bem com o dinheiro.

Não há virtude no ócio e em ser um peso para a sociedade.

Desenvolva suas habilidades e trabalhe com competência, a fim de merecer seu salário e seus lucros.

Desse modo, você será útil a si mesmo e aos outros.

Mas também não use o dinheiro que lhe vem às mãos apenas em seu benefício.

Aprenda a partilhar seus tesouros, da espécie que sejam.

Servir a Deus implica ser um bom depositário de todos os talentos recebidos.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 23, ed. Fep.
Em 2.1.2013.

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