Aspiração humana, a beleza física atinge em cheio nosso senso estético. Enche os olhos com suas cores e formas. Atrai, desperta desejos. Quem não a quer?
Mas a beleza também traz consigo o pesado tributo da inveja, da cobiça, da vaidade e do orgulho.
Mesmo assim, todos a queremos. Faz parte da natureza humana desejar sobressair-se, destacar-se por algo que os demais não têm.
Por isso estendemos nosso desejo de beleza física para parceiros, filhos, roupas, casa, jardim, objetos. Queremos beleza em tudo, a toda hora. E rejeitamos automaticamente o que consideramos feio.
Mas, o que é a beleza física? Um corpo perfeito, um rosto adorável? Cabelos brilhantes? Tudo isso é tão passageiro.
O corpo envelhece e um dia morrerá.
Cuidar do corpo é fundamental, mantê-lo limpo, bem cuidado, é dever de todos nós. Mas não precisamos transformar o corpo no centro absoluto de nossa atenção.
E como vemos isso acontecer, não é? Tanta gente que permanece horas sem fim em academias, gastando muito dinheiro em cirurgias plásticas, lipoaspirações, remédios para emagrecer, cremes para retardar o envelhecimento.
Uma saudável vaidade não é condenável. Querer estar bem, não afrontar os demais com uma aparência maltratada é o ideal. Mas há um limite para os exageros. E esse limite por vezes é ultrapassado.
O problema que isso tudo gera é que, ao fim da vida, o que será daquele cuja atenção total estava no corpo?
É por isso que vemos gente que envelhece atormentada, sem aceitar a própria idade, sem conseguir ser feliz. Há tantos que sofrem por causa da musculatura flácida, das rugas e da perda de viço da pele.
Mas sofrer por isso não parece desnecessário?
Sim. Devemos evitar cultivar o sofrimento em qualquer circunstância, especialmente por causa de um corpo que está destinado a desaparecer, voltar ao pó.
E, no entanto, a beleza da alma – que ficará para todo o sempre – raros se lembram de cultivar.
Essa beleza esplêndida, que se manifesta em gestos de amor, em palavras gentis, em paciência, doçura e serenidade.
Acredite: as atitudes afetuosas são os cremes que retiram a fealdade espiritual. São as cirurgias plásticas que restauram a beleza moral. Elas são o nosso principal investimento para o futuro.
Mas não pense que as coisas são simples como um estalar de dedos. Para exercitar a beleza da alma é necessário mais do que uma simples vontade. É preciso disciplina. E muito importante é ter os olhos voltados para algo além da vida na Terra.
Se você observar cuidadosamente, verá que a maioria das pessoas se prende demais aos valores materiais. A sensação que se tem é que a curta vida na Terra é o centro de toda atenção da maioria da Humanidade.
Raros são os que fixam seu pensamento em Deus e buscam agir de acordo com as leis criadas por Ele.
Esses encaram a vida na Terra somente como uma passagem. Por isso eles trabalham, agem, relacionam-se com as pessoas, mas têm profunda consciência de que tudo é passageiro e impermanente.
Viver assim tem suas dificuldades. Primeiro, porque a sedução da Terra é muito grande. Os prazeres, condições e sensações materiais têm apelos muito fortes.
Eles nos atraem, prendem e nos mantêm atados às cadeias das paixões e alegrias momentâneas.
Assim, os que desejam cultivar a beleza da alma devem ter disciplina porque precisam estar focados nos valores imortais da vida para perceber a prisão que é a vida terrena, para não se deixar aprisionar pela ilusão corporal.
Esses, com os olhos postos nas estrelas, sabem que a vida é muito mais que a carne do corpo, que fazemos parte do imenso Plano Divino, onde a única beleza que importa é a do Espírito que vive para o bem.
Pense nisso!
Redação do Momento Espírita.
Em 26.9.2013.