Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone O hábito nocivo
 

Hábito é o que incorporamos ao nosso dia a dia. É nossa maneira usual de ser. É o que realizamos de forma mecânica.

Atitudes que assumimos e realizamos, sem nos darmos conta.

Vejamos: quantas vezes já nos aconteceu de chegar  em casa e colocar as chaves sobre algum lugar?

Tão mecanicamente é executada a ação que, ao precisar das chaves, algum tempo depois, não conseguimos recordar onde as deixamos.

Saímos de casa, apagamos as luzes, passamos a chave na porta. Depois de andarmos algumas quadras, nos questionamos se fechamos ou não a casa.

E precisamos retornar para ter a certeza, a fim de que não permaneçamos o restante do dia em desassossego.

Muitas outras coisas fazemos de forma automática.

Tomamos café, regamos as plantas, alimentamos o gato, sem pensar.

Ao lado dessas questões, outros hábitos temos não muito saudáveis. E, por incorporados à nossa forma de ser, não nos apercebemos o quão danosos são.

É comum se observar, antes de uma palestra ou conferência, um grande burburinho pelo salão.

Natural, num primeiro momento, pelo reencontro com amigos, cumprimentos, saudações, sorrisos. Torna-se desagradável quando uma música se faz presente, e não modificamos nossa postura.

Alguém toca ao piano delicada melodia, ou dedilha um violão, ou canta e nós prosseguimos a falar, como se nada estivesse acontecendo.

A impressão que se têm é que chegamos ao local programados para ouvir a palestra. E tudo o mais que antes aconteça, não tomamos conhecimento, não registramos.

Mau hábito, que caracteriza, inclusive, grande indelicadeza de nossa parte, desde que o artista que vai se apresentar naquele momento, merece, ao menos, que permaneçamos em silêncio, para ouvir a sua arte.

E não menos grave é quando, concluída a palestra que nos propusemos ouvir, de imediato, nos erguemos e saimos com ruído.

Não aguardamos a real conclusão do evento para um lembrete final que se fará, um agradecimento ao orador, uma advertência útil.

E o mesmo se repete nos cinemas quando, acabado o filme, nos levantamos e vamos saindo, esquecidos de que muitos apreciam ver todos os créditos.

O que não lhes é permitido porque em nos levantando, obstruímos a sua visão da tela.

É essa mesma atitude que nos permite observar a miséria perambulando pelas ruas, sem que nos atinja. Habituamo-nos de tal sorte às cenas que nos tornamos insensíveis.

Habituamo-nos a ver a corrupção triunfar, que já não desejamos fazer coisa alguma para a debelar.

Hábitos... Hábito de ver a mentira adquirir forma, volume e não emitirmos movimento algum no sentido de esclarecer a verdade, de defender o caluniado.

Hábito de receber a bênção da chuva, os raios do sol, as carícias do vento, sem nenhuma gratidão. Como se o Universo inteiro nos devesse o favor de servir.

Hábito de não ouvir quem nos fala da sua dor, da sua dificuldade. Hábito de não pensar senão em si mesmo.

É hora de parar para pensar e buscar refazer atitudes.

Reflitamos que o bom da vida é viver. E para viver intensamente é preciso se sentir tudo que se faz, tudo que nos chega.

É preciso olhar em torno, estar presente, agir, tomar atitudes pensadas, atentas.

Desta forma, alteremos o rumo.

Aprendamos a observar o dia, a olhar as pessoas nos olhos, a perceber o que acontece ao nosso redor.

Moldemos hábitos de gentileza, de delicadeza, de gratidão.

Vivamos mais conscientes. Aprendamos a sentir prazer nas pequenas coisas como andar, correr, comer, molhar-se na chuva ou aquecer-se ao sol.

Aprendamos a olhar para as estrelas, a nos extasiar com a noite enluarada, a vibrar com a música, o perfume, as pessoas.

Abandonemos hábitos nocivos e nos tornemos mais felizes, desde agora.

 

Redação do Momento Espírita.
Em 13.09.2010.

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