Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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Narram os Evangelhos que, certa feita, caminhando pelas estradas da região, Jesus foi procurado por dez leprosos. Hansenianos, como melhor diríamos hoje.

Portadores do estigma que os mantinha longe do lar, das cidades, do convívio dos homens, eles imploraram a piedade do Mestre de Nazaré.

Jesus os orientou para que fossem se mostrar aos sacerdotes. Aconteceu que, enquanto caminhavam, deram-se conta que estavam limpos.

Estavam curados. Por isso, Jesus os remetera aos sacerdotes. Para que tivessem seus nomes novamente registrados no livro dos vivos.

Felizes, nove deles correram de retorno aos braços dos seus amores, dos seus afazeres, de seus lares, até quem sabe para as suas loucuras na vida.

Um, no entanto, voltou. Retornou para agradecer ao Mestre pela dádiva da cura. Um somente.

O fato é verdadeiro e na atualidade, como àquela época, são poucos os corações que cultivam a gratidão.

Gratidão é uma virtude que deve ser cultivada como uma flor.

Em criança, é-nos ensinado a sempre agradecer o que recebemos: o presente, o brinquedo, o chocolate, a guloseima.

Estranhamente, na medida em que crescemos fisicamente, abandonamos essa maneira salutar de reconhecimento.

Há tantas formas de se manifestar gratidão. Por exemplo, depois de ler um bom livro, poderíamos escrever ao autor, dizendo do quanto nos fizeram bem as suas palavras grafadas.

Como nos fez bem aquele conhecimento que nos foi repassado, graças à sua pesquisa. O quanto nos prendeu a atenção o romance, a história, os exemplos citados.

Podemos expressar gratidão escrevendo cartas de agradecimento a pessoas que fizeram algo de bom por nós ou para outras pessoas.

Quantos de nós tiveram a sua infância abençoada por uma vizinha gentil que, ciente das dificuldades em nossa casa, providenciava nos chegasse o que era considerado supérfluo, mas tão necessário para os pequenos: o chocolate, o bolo, o passeio.

Recordamo-nos, alguma vez, já adultos, de lhe endereçar um cartão pelo aniversário, Natal, Ano Novo?

Um cartão que lhe recorde do quanto lhe somos gratos por aquelas pequenas coisas que fizeram a nossa felicidade de petizes.

Quantos de nós tivemos a ventura de cursar escolas particulares, cursos de aperfeiçoamento porque alguém, amigo, parente, colega nos estendeu os recursos necessários?

Quantas vezes já exercemos a gratidão, expressando-a com um mimo, com uma visita especial?

Quantos tomamos do telefone para dizer obrigado por você existir, obrigado por ser meu amigo, obrigado pelo livro que me emprestou, pelas horas que passou comigo?

Obrigado pela roupa que me cedeu, por ter me levado a passeio, por ter providenciado a viagem que eu tanto desejava, pelas inúmeras caronas nos dias de frio e chuva.

Obrigado ao médico por prescrever a correta medicação que nos devolveu a saúde.

Obrigado ao motorista do ônibus que nos conduz, ao porteiro que nos abre a porta, à servente que nos traz o café.

Obrigado, obrigado.

Afirma-se que o homem ideal é aquele que gosta de prestar favores. E nada espera em troca.

Sim. Os homens bons são assim. Servem e servem. E crescem com isso.

Se, por nossa vez, desejamos crescer e ser felizes, compete-nos cultivar a gratidão.

Agradecer a ternura de alguém, a confiança depositada, a amizade externada.

Quando a gratidão domina os sentimentos da criatura, a vida adquire beleza e felicidade.

Experimente!

Redação do Momento Espírita.

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