Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Deficiência

Quando um ventre se enche de vida, a esperança aflora no Mundo.

Os pais se preparam para receber alguém e se enchem de expectativas: Meu filho será belo, forte, saudável, feliz.

Ninguém pensa em coisas desagradáveis. Quando a criança nasce, contamos os dedinhos, avaliamos cuidadosamente cada centímetro do corpo, em busca da certeza de que tudo está bem.

Mas... E quando o anjo que chega tem as asas quebradas? Quando a criancinha traz os olhos velados, os ouvidos fechados, a voz emudecida?

Cegueira, paralisia, surdez, nanismo, Síndrome de Down. Nunca pensamos que o nosso filho possa ser portador de deficiências desse tipo. Não nos preparamos para isso.

E, por essa razão, choramos lágrimas amargas, certos de que Deus nos esqueceu ou nos castigou.

Enganosa conclusão.

Deus jamais castiga. Nosso Pai Divino, Perfeito e Bom, é todo amor por Seus filhos.

Então: O que aconteceu? Por que aconteceu? Por que comigo?

Essas perguntas, que nos transtornam as almas, muitas vezes permanecem sem resposta.

Mas, acredite que há uma forte razão para que isso tenha ocorrido.

Estamos todos inseridos em uma lei perfeita, que rege nossas vidas, de acordo com nossos atos e nossa capacidade de superação.

Assim, quem recebe uma criança deficiente, deveria fazer novas perguntas: Para que Deus me deu de presente um de Seus filhos, nessa circunstância?

Que tenho eu de tão especial e bom para que Ele me escolhesse para cuidar de um de Seus filhos mais necessitados de proteção e afeto?

Que lições posso tirar dessa experiência?

Sim, não se confia missões importantes a pessoas despreparadas. Para as situações mais delicadas, que exigem dedicação e maturidade, escolhem-se os mais dedicados e maduros.

E você acha que Deus sabe menos do que nós? Claro que não. Ele sabe escolher bem.

Por outro lado, muitas vezes, aquilo que imaginamos ser uma situação infeliz, torna-se um belo desafio. Ou uma oportunidade de renovação.

Basta descobrir a razão porque Deus nos permitiu passar por isso.

Se pensarmos assim, vamos descobrir uma força interior capaz de mover mundos. Uma capacidade de improvisar diante do inesperado.

E essa força será movida pelo amor.

Quem sabe se essa experiência é a que nos fará despertar para a desigualdade do Mundo em que vivemos?

Quem sabe se não é o estímulo que faltava para que olhássemos para os lados e víssemos que precisamos de escolas mais preparadas, de profissionais treinados, de ruas e prédios adequados?

Enfim, com a experiência de um ser amado, portador de deficiência, aprendemos a conviver e a amar muito os que são diferentes de nós.

E mais: descobrimos que a diferença está apenas na aparência, pois a alma é igual à nossa: cheia de sonhos e esperança.

Carente de respeito e, principalmente, de amor verdadeiro.

 Redação do Momento Espírita.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 6, ed. FEP.
Em 9.1.2014.

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