Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone A porta estreita

Em certo trecho do Evangelho, Jesus afirma ser estreita a porta que conduz à salvação e que poucos a encontram.

Uma leitura apressada dessa passagem poderia conduzir à conclusão de que a ampla maioria da Humanidade fatalmente sucumbirá, vítima de seus equívocos.

Entretanto, é necessário ponderar que Jesus também disse que nenhuma de Suas ovelhas se perderia.

Conjugando-se essas duas passagens, conclui-se que a obra da própria redenção é trabalhosa, mas todos a realizam.

Trata-se da única conclusão harmoniosa com a existência de um Deus Onipotente, Onisciente e Bondoso.

É incompatível com a bondade de Deus imaginar que Ele tenha criado seres destinados à perdição.

Como Ele tudo sabe e nada O pode surpreender, uma única criatura que se perdesse já colocaria em xeque Sua bondade.

Afinal, no ato da Criação, Deus já saberia o triste destino daquele ser.

O Espiritismo ensina que todos os Espíritos são criados em estado de simplicidade e ignorância.

Agraciados com os gérmens de todos os dons, devem desenvolvê-los à custa do próprio esforço.

No processo de aprender, equívocos são cometidos e maus hábitos, adquiridos.

Entretanto, as oportunidades de aprendizado e reparação sempre se sucedem.

Quem se dedica seriamente ao aprendizado, realiza-o em breve tempo.

Já os recalcitrantes são conduzidos por entre dores e decepções.

Toda desgraça causada ao semelhante deve ser reparada.

Todos os vícios precisam ser abandonados.

Compaixão, pureza, lealdade e amor ao trabalho são apenas algumas das virtudes a serem assimiladas ao caráter.

O processo de sua consolidação e vivência constitui obra dos séculos.

Ninguém se torna sábio e bondoso em um repente.

No entanto, sabedoria e bondade são metas impostas por Deus a todos os Espíritos.

Por se tratarem de desígnios Divinos, eles se cumprem em cada ser, mais cedo ou mais tarde.

Quando o Espírito se harmoniza com as Leis Divinas, ele transcende.

Purificado de todos os vícios e mazelas, parte para novas etapas de sua jornada pelo Infinito.

As dores e as tristezas ficam para trás.

Seu aprendizado continua em corpos mais sutis.

Liberto do apego às coisas materiais, também se distancia das dores que a matéria causa.

A estreiteza da porta a que se refere o Cristo relaciona-se com a dificuldade que o ser enfrenta para libertar-se de suas paixões.

A conquista da sabedoria implica assimilar a real importância de todas as coisas e situações.

Nem desprezo e nem apego, mas sábia utilização.

Dinheiro, alimento, sexo e poder, tudo isso é útil e bom na medida e no contexto certo.

Na obra da Criação não há nada de intrinsecamente errado ou mau.

O exagero na utilização dos dons da vida é que causa distúrbios.

Os recursos à disposição das criaturas são essencialmente neutros.

Na abundância é necessário usar com sobriedade e partilhar.

Na falta, não se consumir em inveja e recalque.

Em qualquer situação, ser um amante do trabalho e do progresso.

Para bem viver é necessário assumir a postura de dedicado aprendiz.

Qualquer que seja a lição apresentada pela vida, fazê-la de bom grado.

Prestar atenção nas situações que se sucedem, a fim de identificar e corrigir os próprios defeitos.

O burilamento do próprio caráter constitui a tarefa maior de cada ser.

A conquista de virtudes e o abandono dos vícios são deveras trabalhosos.

Mas constituem a porta estreita pela qual todos devem passar rumo à suprema felicidade.

Pense nisso.

Equipe de Redação do Momento Espírita.

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