Momento Espírita
Curitiba, 24 de Novembro de 2024
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ícone Onde estás, ó Deus, que não respondes?

Assim, o poeta Castro Alves inicia seu poema Vozes da África. É o lamento do continente africano, vendo seus filhos serem levados como animais ao mercado de escravos.

Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes!

Em que mundo, em qu´estrela tu te escondes

Embuçado nos céus?

Há dois mil anos te mandei meu grito,

Que embalde, desde então, corre o infinito...

Onde estás, Senhor Deus?

À semelhança dos versos do poeta, muitas vozes se ergueram quando aconteceu o 11 de setembro de 2001, para indagar onde estava Deus naquele momento.

Por que permitiu que mais de duas mil vidas fossem destroçadas naquela manhã?

Por quê?

Poder-se-ia perguntar ainda onde estava Deus quando fomentamos a Primeira e a Segunda Guerra Mundial.

Quando foram eliminados seis milhões de judeus, em nome de uma imaginária raça superior.

E quando empreendemos as Cruzadas, levando a morte àqueles que eram qualificados de infiéis?

E durante a Inquisição com tanta barbárie?

E todos os dias, onde está Deus?

Onde está Deus quando enganamos nosso irmão? Quando mentimos para conseguir favores que desejamos?

Quando desonramos o lar com o adultério? Quando eliminamos a vida no ventre materno, porque não desejamos o filho em gestação?

Onde está Deus quando deixamos nossos filhos à matroca, sem orientação, porque preferimos a acomodação?

Onde está Deus quando, utilizando o poder que o mundo nos confere, ferimos pessoas, destruímos a honra de outras vidas?

Onde está Deus quando levantamos as bandeiras da pena de morte ao nosso irmão? Ou da eutanásia?

Para todas as perguntas, a resposta é a mesma: Deus está dentro de nós, dentro de cada criatura.

Soberanamente sábio, criou-nos a todos iguais, partindo de um mesmo ponto de simplicidade e ignorância.

Criou os mundos para que neles trabalhássemos, utilizássemos nossas forças e crescêssemos em intelecto e moral.

A ninguém concedeu privilégios. A todos concedeu a liberdade de pensar, de decidir, de agir, mas com a consequente lei de causa e efeito.

Estabeleceu que a cada um será dado conforme as suas obras e que todos deverão chegar ao mesmo destino, não importa quanto demore, que é a perfeição.

Ele nos permite a livre semeadura, mas estabelece que a colheita seja obrigatória.

Por isso, uns semeiam ventos e colhem tempestades. Outros lançam ao solo as sementes da bondade, do bem e alcançam felicidade.

Uns estão semeando hoje. Outros tantos estão realizando a colheita das bênçãos ou das desgraças que se permitiram semear.

Conhecedor das fragilidades de Seus filhos, aguarda que cada um desperte, a seu tempo, cansado das dores que para si mesmo conseguiu.

Portanto, não indague onde está Deus, quando você contemple a injustiça. Trabalhe pela justiça.

Não pergunte onde está Deus, quando observe a violência. Semeie a paz.

Não questione onde está Deus quando a miséria campeia. Utilize seus recursos para semear riquezas.

Enfim, onde quer que você esteja, lembre que Deus está em você e com você. E espera que você seja o Seu mensageiro de bênçãos, onde se encontre.

Pense nisso. Pense agora e comece a demonstrar ao mundo o Deus que existe em sua intimidade.

Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 13 e
no livro Momento Espírita, v. 6, ed. FEP.
Em 5.6.2023.

 

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