Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone E o semeador saiu a semear...

No Evangelho de Mateus, cap. XII, vv. 1 a 9, encontramos o relato de um belo e profundo ensinamento de Jesus.

O Apóstolo conta que “Naquele mesmo dia, tendo saído de casa, Jesus sentou-se à borda do mar...

Em torno Dele logo reuniu-se grande multidão. Jesus entrou numa barca e sentou-se, e todo o povo permaneceu na margem.

Disse então muitas coisas por parábolas, falando-lhes assim: ‘Aquele que semeia saiu a semear...’”

Ficamos, então, a imaginar como seria um semeador. Seria um santo, um profeta, alguém especialmente escolhido?

Não. Um semeador é alguém que arregaça as mangas, toma as sementes e sai para o plantio.

Feita a sua parte, o semeador confia no solo fértil que favorecerá a germinação, a floração e a frutificação.

Ele sabe que muitas sementes poderão se perder, mesmo assim ele semeia.

A história da Humanidade teve muitos semeadores, que espalharam as sementes de idéias nobres...

Mas, por descuido, indolência ou má-vontade daqueles que as receberam, muitas não germinaram...

Outras, todavia, nasceram e deram bons frutos, possibilitando a muitas pessoas a oportunidade de receber novas e promissoras sementes.

Descobrimos um desses semeadores nos dias atuais.

Que religião ele professa? A que nível social pertence? Qual é seu grau de escolaridade? Bem, isso tudo não importa. Ele é apenas um semeador...

Iniciou há alguns anos, contando com a ajuda de um amigo, o movimento intitulado Você e a paz.

Ao concluir mais um desses eventos, ele nos contou um pouco sobre essa experiência:

“Quando o iniciamos tateávamos nas incertezas...

Tanta violência declarada e oculta!

Seria lícito o silêncio, em nome da humildade, da confiança em Deus, transferindo aos céus a tarefa?

Depois de reflexionar, por mais de um ano, ter visitado mais de 30 penitenciárias pelo mundo e mais de 50 cadeias...

Vivendo em um bairro miserável e agressivo, lidando com crianças que só conhecem a agressividade, o abandono e o sofrimento, resolvi, com um amigo que se predispôs a ajudar-me, a iniciar o Movimento.

Você e a paz, porque a violência está embutida no indivíduo e, na hora em que ele melhorar, o mundo a sua volta será melhor.

Segui adiante. Houve grande repercussão pública na praça. Mas era a classe média, em geral, que se fazia presente.

Resolvi visitar também os bairros periféricos e violentos. A receptividade dessas comunidades foi comovedora.

Já visitamos 32 bairros nos últimos anos, falando-lhes em palanques armados nas pequenas praças.

Entrevistas em televisões, rádios e jornais, levaram mais de 15.000 pessoas ao 9º Movimento que recém realizamos.

Um notável cristão, orador clássico, na lucidez dos seus 86 anos, vem-nos acompanhando nos 4 últimos anos, em nosso desejo de tornar o evento neutro, sem caráter político ou religioso.

Aprendi que a proposta do Cristo é desafiadora, não conformista, não hipócrita, com fala mansa para parecer elevado, nem com hipocrisia para disfarçar inferioridade.

Recordando-me de Jesus, nas praças públicas, tenho-O levado também ao povo humilhado e esquecido.”

*  *  *

Esse semeador viaja pelo Mundo há mais de 60 anos levando a boa semente. Ele sabe que a conquista da paz é um desafio que requer urgência e mãos operosas.

E o semeador saiu a semear...

Seu instrumento de trabalho é a sua voz, clara e suave como a brisa da primavera que leva as sementes e as deposita no solo, sem alarde...

Seu alforje é seu coração terno e compassivo, fonte viva  de sementeira inesgotável...

Seu ideal é o amor sem fronteiras... o amor incondicional que, semelhante a um botão de rosa, se abre e exala seu perfume para toda gente...

Seu nome? Ele não faz questão, mas é justo que seja dito: Divaldo Franco.

Quando você ouvir esse nome, saiba que se trata de um incansável semeador da paz.

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. XVII, item 5 de O evangelho segundo o espiritismo, ed. Feb.

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