Momento Espírita
Curitiba, 21 de Novembro de 2024
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ícone Marcas no coração
 

Você já sentiu, alguma vez, a dor causada por uma pancada na quina da mesa, da cama, ou de outro móvel qualquer?

Sim, aquela pancada que quase nos faz perder os sentidos e deixa um hematoma no corpo.

Em princípio surge uma marca avermelhada, depois arroxeada, e vai mudando de cor até desaparecer por completo.

Geralmente, o local fica dolorido e sempre que o tocamos sentimos certo desconforto.

A marca permanece por um tempo mais ou menos longo, conforme o organismo.

Agora imagine se, por distração, você bate novamente no mesmo lugar do hematoma...

A dor é ainda maior e a cor se intensifica.

Se isso se repetisse por inúmeras vezes, o problema poderia se agravar a tal ponto que a lesão se converteria num problema mais grave.

Com a mágoa acontece algo semelhante, com a diferença de que a marca é feita no coração e é causada por uma lesão afetiva.

No primeiro momento a marca é superficial, mas poderá se aprofundar mais e mais, caso haja ressentimento prolongado.

Ressentir quer dizer sentir outra vez e tornar a sentir muitas e muitas vezes.

É por isso que o ressentimento vai aprofundando a marca deixada no coração.

Como acontece com as lesões sofridas no corpo, repetidas vezes no mesmo lugar, também o ressentimento pode causar sérios problemas a quem se permite o ressentir continuado.

Se um hematoma durasse meses ou anos em nosso corpo, a possibilidade de se transformar em câncer seria grande.

Isso também acontece com a mágoa agasalhada na alma por muito tempo.

A cada vez que nos lembramos do que motivou a mácula no coração e nos permitimos sentir outra vez o estilete na alma, a mágoa vai se aprofundando mais e mais.

Além da possibilidade de causar tumores, gera outros distúrbios nas emoções de quem a guarda no coração.

Por todas essas razões, vale a pena refletir sobre esse mal que tem feito muitas vítimas.

Semelhante a um corrosivo, a mágoa vai minando a alegria, o entusiasmo, a esperança e a amargura se instala...

Silenciosa, ela compromete a saúde de quem a mantém e fomenta ódio, rancor, inimizade, antipatias.

Muitas vezes a mágoa se disfarça de amor-próprio para que seu portador consinta que ela permaneça em sua intimidade.

E com o passar do tempo ela se converte num algoz terrível, mostrando-se mais poderosa do que a vontade de seu portador para eliminá-la.

De maneira muitas vezes imperceptível, a mágoa guardada vai se manifestando numa vingançazinha aqui, numa traiçãozinha ali, numa crueldade acolá.

E de queda em queda a pessoa magoada vai descendo até o fundo do poço, sem medir as consequências de seus atos.

Para evitar que isso aconteça conosco, é preciso tomar alguns cuidados básicos.

O primeiro deles é proteger o campo das emoções, fortalecendo as fibras dos nobres sentimentos, não permitindo que a mágoa o penetre.

O segundo é tratar imediatamente a ferida antes que se torne mais profunda, caso a mágoa aconteça.

O terceiro é drenar, com o arado da razão, o lodo do melindre, que é terreno propício para a instalação da mágoa.

É importante tratar essa suscetibilidade à flor da pele, que nos deixa extremamente vulneráveis a essas marcas indesejáveis em nosso coração, tornando-nos pessoas amargas e infelizes.

* * *

Agasalhar ódio, mágoa ou rancor no coração é o mesmo que beber veneno com a intenção de matar o nosso agressor.

Pense nisso, e não permita que esses tóxicos se instalem em seu coração.

 Redação do Momento Espírita.
Em 17.08.2009.

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