Quando julgamos infalível a nossa razão, estamos bem perto do erro, pois geralmente nosso juízo é apressado, parcial e muito limitado.
Observando a nossa sociedade, podemos perceber que a grande maioria de nós está sob a influência de algum tipo de ilusão.
A ilusão da eterna beleza física, por exemplo, é quase generalizada.
Os fabricantes de produtos criados com essa finalidade e os profissionais da área podem afirmar isso, de maneira espantosa.
Chega a tal ponto a preocupação com a beleza física que jovens, de pouco mais de vinte anos, estão desesperados por causa das rugas que poderão aparecer no futuro.
Por esse motivo, grande é a busca por produtos que evitem que as marcas de expressão se transformem em vincos na face.
Contudo, o tempo se encarregará de manifestar o desgaste natural que surge com o passar dos anos, triunfando sobre a ilusão da eterna juventude do corpo.
Sem dúvida, é louvável a possibilidade que os avanços científicos propiciam para que as pessoas se sintam bem.
A estética surge justamente para trazer bem-estar e aumentar a autoestima, corrigindo esse ou aquele problema físico.
Todavia, acreditar que os recursos que ela oferece irão nos tornar jovens no corpo físico para sempre, é triste ilusão.
É reprisar a lenda da fonte da eterna juventude.
Outro tipo de ilusão é cogitarmos, baseados em certos discursos e promessas, que o governo possa resolver todos os problemas da nação, de forma milagrosa.
O sabor da desilusão, nesses casos, pode ser amargo e trazer consequências desastrosas, gerando desânimo ou revolta entre os que alimentamos essa ilusão.
A partir das malhas da ilusão, em que nos permitimos envolver, a indústria e o comércio investem pesado, oferecendo inúmeros disfarces.
São cintos para que a silhueta pareça mais delineada. Produtos de toda espécie para manter a pele jovem.
Iludidos... Ilusões...
Alguns de nós nos iludimos sobre o próprio caráter. De tanto mentir acabamos por acreditar nas mentiras que inventamos.
E, ainda, acreditamos que os outros são tolos a ponto de não perceberem que mentimos. Mesmo perante as câmeras, em declarações públicas, continuamos afirmando que estamos dizendo a verdade.
São infindáveis as ilusões que muitos de nós criamos e alimentamos.
Acreditarmos que somos os donos da verdade, que sabemos tudo sobre tudo, que podemos opinar a respeito de qualquer coisa, é outra grande ilusão.
Isso somente poderá ser solucionado quando quisermos, pois é uma questão de foro íntimo e exige reflexão séria e isenta de prevenção.
O primeiro passo é abandonar a ideia de que nossa razão é infalível.
Em seguida, pensar um pouco mais sobre essa questão.
Buscar refletir sobre os caminhos que escolhemos e observar a direção que tomamos.
Retirar do olhar o véu das ilusões e seguir a passos firmes no rumo da felicidade sem disfarces e sem fantasias.
Na direção da felicidade efetiva, que só a realidade pode nos oferecer.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita.
Em 31.1.2023.
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