As faculdades intelectuais distinguem o homem no contexto da criação.
Diferente das demais espécies vivas, ele reflete sobre o significado da vida.
Um questionamento sempre presente na história da humanidade refere-se à finalidade do viver.
Em todos os tempos, sábios debruçaram-se sobre essa intrincada questão.
O Espiritismo, com base no ensinamento dos Espíritos, afirma que o objetivo da vida é viabilizar a evolução dos seres.
A vida é regida pela lei do progresso.
É inegável a permanente metamorfose que vigora em todos os quadrantes conhecidos do universo.
Gradualmente, as espécies animais e vegetais se transformam e surgem aprimoradas.
Com o homem não é diferente.
Ele está sempre em processo de aprendizado e crescimento.
A sociedade humana reflete esse lento elaborar.
As leis culturais e as instituições lentamente se aprimoram.
A extinção da escravidão e o reconhecimento da igualdade da mulher são exemplos dessa evolução.
Os homens, em sua condição de espíritos, foram criados em estado de simplicidade e ignorância.
Mas possuem desde o princípio os germens de todas as virtudes, que lhes incumbe desenvolver.
Um dia todos serão anjos.
Freqüentemente, surge a indagação: “Se Deus pode tudo, por que não criou os Espíritos já perfeitos?
Afinal, o processo de evoluir por vezes é deveras penoso.
Não seria melhor de outro modo?”
Deus, em sua sabedoria, manifestada em todas as coisas, optou por nos criar perfectíveis, mas não perfeitos.
Constitui temeridade afirmar a razão pela qual a divindade deliberou agir de uma forma, e não de outra.
Entretanto, nada nos impede de refletir sobre isso.
O resultado da perfeição imediata, generalizada e desde o princípio seria o ócio total.
Seres perfeitos, plenos de virtudes e talentos, nada teriam para fazer.
A obra da criação estaria completa, perfeita, acabada.
Aos anjos restaria a inutilidade.
Nada fazer talvez seja o sonho do preguiçoso.
Mas a sensação de ser útil, de ter um propósito na existência, é uma necessidade de seres psicologicamente saudáveis.
Na realidade, o homem tem um papel a desempenhar no concerto da criação.
Ele é útil, há uma finalidade seu viver.
O papel que lhe cabe guarda relação com o seu desenvolvimento.
Em mundos superiores, habitados por seres sublimes, o trabalho é todo intelectualizado e transcendental.
Em esferas ainda materializadas, como a terra, as tarefas permanecem penosas e materiais.
Tendo em vista que a lei do progresso rege a vida, os homens devem observá-la em seu proceder.
Incumbe-lhes serem agentes do progresso.
Eles devem auxiliar a tornar o mundo que habitam um local aprazível, justo e fraterno.
Assim, não se preocupe em excesso com as dificuldades que lhe batem às portas.
Elas se destinam a prepará-lo para seu luminoso porvir.
Com esforço e disciplina, a dificuldade de hoje se tornará a facilidade do amanhã.
Se você deseja cumprir sua missão na terra, esforce-se em ser melhor a cada dia.
Empenhe-se em amealhar tesouros intelectuais e morais.
A angelitude é a sua meta.
O ônus e o mérito de atingi-la são exclusivamente seus.
Pense nisso.
Equipe de Redação do Momento Espírita.