Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Indiferença moral

No livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, encontramos sábios conselhos, alertas, chamamentos de atenção por parte de Espíritos nobres, que seguramente trabalham em prol do bem e da nossa felicidade.

Um deles escreveu o seguinte:

Cada época é marcada com o cunho da virtude ou do vício que a tem de salvar ou perder. A virtude da vossa geração é a atividade intelectual; seu vicio é a indiferença moral.

Muitos poderão dizer que não acreditam nos Espíritos, e simplesmente ignorar essas palavras.

Mas uma coisa é certa: trata-se de uma grande verdade.

A nossa época é notável pelas conquistas intelectuais, mas lamentavelmente marcada pela indiferença moral.

Quando vemos, nas mídias, de maneira escancarada, a mentira, a corrupção, a hipocrisia, temos que dar razão aos Sábios do espaço, que nos observam atentos.

Pessoas que estão no poder se chafurdam na corrupção e zombam do povo diante das câmeras, numa demonstração vergonhosa de indiferença e desrespeito por aqueles que os colocaram na posição de mando.

Pais observam, passivos, o mau-caráter de filhos tiranos, violentos, que pisam nos sentimentos alheios como quem esmaga um verme infeliz.

Jovens, filhos de pais que fazem as leis ou que deveriam exigir o seu cumprimento, são os primeiros a desdenhá-las, desrespeitá-las, com visível cinismo, como se estivessem acima do bem e do mal.

Mães que maltratam filhos indefesos ou os jogam no lixo, como se fossem dejetos fétidos dos quais desejam se livrar.

Hordas de pessoas que se dizem injustiçadas invadem propriedades alheias com armas em punho, com violência, e com a certeza de contar com a impunidade e a indiferença das autoridades...

Povos inteiros são massacrados, subjugados, quase exterminados, por nada... Apenas para que o mundo veja quem tem mais poder...

São realmente tempos de grande indiferença moral, não há dúvida...

Parece, mesmo, que o mundo vai acabar em corrupção, em conluios, conchavos, interesses mesquinhos de toda ordem...

E isso tudo acontece diante das vistas dos intelectuais do terceiro milênio, daqueles que deveriam e poderiam usar os veículos de comunicação para conter essa “tsuname” moral que tudo arrasta, poderosa...

Diante de uma geração que assiste a tudo em tempo real, graças aos avanços tecnológicos...

E as pessoas de bem se perguntam, desoladas: “Que mundo é esse? Que tipo de pessoas está com as rédeas do planeta nas mãos?”

Não se pode negar, todavia, que muitas estão indignadas, mas, lamentavelmente, a nossa indignação não sai do conforto do sofá, na sala aconchegante, de dentro da segurança de nossos lares.

São tempos de indiferença moral, de passividade, de insensibilidade generalizada, certamente.

No entanto, devemos convir que se todos quiséssemos, poderíamos “emparedar” e retirar de cena os malfeitores, em pouco tempo.

Isso sim valeria a pena. Mas a maioria prefere pagar para opinar nos shows de faz-de-conta, como se isso lhes garantisse alguma vantagem real.

...E assim vamos vivendo, de ilusão em ilusão...

E a indiferença vai se alastrando, destruindo, entorpecendo, infelicitando, aniquilando a esperança...

Se você é uma dessas pessoas que está indignada com a situação, faça alguma coisa. Aja de alguma forma. Escreva. Fale. Manifeste-se. Cobre atitudes dos governantes. Mas faça isso com serenidade e bom senso, sem violência.

Considere que toda atitude violenta não faz sentido, quando o que se pretende é justamente o contrário.

Pense nisso, e não fique só na indignação.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap.IX, item 8, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, ed. FEB.

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