As estatísticas são, com certeza, alarmantes.
No Brasil, de acordo com o levantamento do centro de informações sobre drogas psicotrópicas da UNIFESP, realizado em 2004, com alunos das redes públicas de ensino, o primeiro contato deles com o álcool se deu, em torno dos 12 anos.
E, ainda, 11,7% admitem que bebem com freqüência.
Por sua vez, pais igualmente consultados consideram que o consumo de álcool entre adolescentes é uma parte inevitável da adolescência.
Outros afirmam que não podem garantir que as festas que seus filhos freqüentam sejam livres de álcool.
Alguns pais até as promovem em seus lares, fornecendo as bebidas.
A associação médica americana descobriu, em uma pesquisa entre adolescentes, que um entre quatro jovens tinha ido a uma festa onde consumiram bebidas, na presença dos pais.
Admitem esses pais que preferem que seus filhos bebam sob sua supervisão.
A mãe de uma adolescente que beirou a morte, após ingestão de álcool, disse: “eu preferiria que você tivesse se embriagado em casa. Aí, não cairia na rua. Subiria as escadas e desmaiaria na cama. Eu saberia que estava em segurança.”
Esse tipo de comportamento, com certeza, não é aconselhável.
Não se trata de uma questão religiosa, como pensam muitos. Mas de preservar a integridade física e mental dos adolescentes.
Um professor de psiquiatria adolescente, da universidade de chicago, sugere aos pais:
1.qualquer que seja a idade de seu filho, deixe sua posição bem clara a respeito de bebidas. Não permita o seu uso.
2.unam-se! Faça um pacto com outros pais de não oferecer bebidas alcoólicas nas festas. Alertem uns aos outros sempre que descobrirem jovens bebendo.
3.faça um acompanhamento! Pergunte aos seus filhos como eles costumam passar o tempo e com quem. Não fique desconcertado se suas perguntas os incomodar.
É da natureza dos adolescentes gostar de correr riscos. Eles tentarão forçar a barra.
É bom que saibam que alguém está de olho neles.
Por fim, dê o exemplo. Não utilize bebida alcoólica.
Não se pode dizer ao jovem: “isto não é para você porque você não tem idade para beber.”
Não utilizar bebida alcoólica não é questão de idade. É questão de se ter bom senso e desejar preservar o corpo e o espírito.
Beber é um hábito perigosamente nocivo. E, quando se trata de adolescentes, há a possibilidade de o álcool danificar o cérebro que ainda está em desenvolvimento.
A embriaguez deixa as pessoas muito mais vulneráveis a intoxicações alcoólicas, a ferimentos e agressões sexuais.
Sem se falar nos inúmeros acidentes de trânsito que infelicitam tantas vidas.
Pensemos que estamos cultivando o amanhã nas atitudes do hoje.
O que desejamos para nossos filhos: que se tornem campeões de levantamento de copos e canecas?
Ou que se tornem homens de bem, honrados, profissionais responsáveis, cidadãos que contribuam positivamente na sociedade?
Pense nisso!
Nas mãos dos pais repousa grande responsabilidade na condução da alma dos seus filhos.
Se fecharem os olhos, por comodismo ou pretensa modernidade, terão que arcar, no futuro, com as conseqüências dos seus atos.
Assim, não deixe para amanhã. Coloque regras hoje. Tenha uma conversa franca com seus filhos.
Mostre-lhes o benefício de manter a lucidez, a regra de bem viver todos os dias, todos os momentos.
E, principalmente: seja você o exemplo disso!
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no artigo Em casa pode?, da revista Seleções do Reader´s Digest, fevereiro de 2006.