A nossa existência pode ser comparada a imenso mapa sobre o qual nos movimentamos, e onde a todo instante tomamos decisões sobre o rumo que vamos seguir.
Nesse caminhar, as opções são inúmeras. Existem os atalhos, precipícios, atoleiros, cipoais, rios caudalosos, campos floridos.
E, conforme a nossa decisão, teremos as conseqüências correspondentes.
Existem pessoas que, antes de se movimentarem, traçam com cuidado o seu trajeto. Estendem a visão mental e abrangem todo o percurso que vão percorrer, para evitar surpresas desagradáveis.
Essas dificilmente se enroscam nos espinheiros ou ficam presas em areias movediças. E geralmente superam com facilidade os obstáculos do caminho.
São indivíduos visionários. Ao estender o olhar para além do que as vistas alcançam, estabelecem com acerto o melhor trajeto e as melhores estratégias para alcançar seu destino.
Mas existem pessoas que andam às voltas com os obstáculos que não enxergam, embora estejam a poucos metros de distância.
São criaturas que não têm visão. Não programam suas atividades e por isso sofrem e fazem os outros perderem tempo com suas trapalhadas.
É a dona de casa que decide fazer um bolo e, só depois que já está com as mãos na massa verifica que faltam alguns ingredientes.
Se antes de começar tivesse checado se dispunha dos ingredientes necessários, teria um sofrimento a menos.
A falta de visão também causa estresse e problemas no trânsito.
É o motorista que dirige como se estivesse no quintal da sua casa; não percebe os sinais de trânsito, semáforos, pedestres e outros tantos motoristas que dependem de suas ações para tomar decisões.
Esse tipo causa sérios problemas, pois além de colocar a própria vida em risco, também é um perigo para os outros.
Não usa as setas adequadamente, entra na contramão, pára em local proibido, e geralmente causa confusão e acidentes na via pública.
Pessoas assim são como toupeiras, esses animaizinhos que cavam túneis sob o chão e não têm nenhuma noção de para onde estão indo, pois são praticamente cegos.
Já as pessoas visionárias são como águias. Voam alto e, antes de mergulhar para apanhar seu alimento, buscam uma visão panorâmica do terreno e dificilmente erram o alvo.
É assim que vamos encontrar no meio em que nos movimentamos, pessoas águias e pessoas toupeiras.
A falta de visão tem infelicitado muitas criaturas, pois quando estas se deparam com os obstáculos imprevistos do caminho, se desesperam e perdem o rumo.
Isto se pode constatar diariamente, tanto nos círculos de pessoas comuns quanto nos círculos de pessoas públicas, ambiciosas, cuja cegueira não lhes permite ver que a ganância e o crime sempre conduzem ao lodo.
São livres decisões provocando conseqüências inevitáveis...
Um falso movimento, uma falta de visão, e podemos entrar por caminhos de difícil retorno...
Por essa razão, vale pensar bem antes de iniciar a caminhada. Vale a pena se perguntar: “Aonde eu quero chegar?
Que caminho tomarei: o mais fácil ou o correto?
Terei a meu favor os bons ventos da honestidade e da dignidade?”
Pense que as intenções são decisivas para as conseqüências.
E como reclamar das conseqüências infelizes, senão de nós mesmos, que não tivemos a devida atenção antes de dar os primeiros passos?
Se você tem encontrado muitos obstáculos, e suas ações resultam sempre em sofrimento para você ou para os que o rodeiam, vale pensar um pouco mais antes de decidir.
Por mais que a pressa tente fazer com que você decida sem planejar, detenha-se um instante e lembre-se que a pressa não é boa conselheira, principalmente quando atropela.
Se a providência requer urgência, menos apressada deve ser.
Portanto, já que caminhar é nossa rotina constante, dedicar um tempo para analisar o roteiro mais seguro, é questão de sabedoria.
Afinal, alguns minutos dedicados ao planejamento da rota podem evitar muito tempo de sofrimento e dissabores.
Pense nisso, e lembre-se de que o Universo se mantém em harmonia porque tem a governá-lo um olhar soberanamente abrangente e infinitamente sábio.
Redação do Momento Espírita.