Era uma
cidade perdida entre a exuberância da mata e o escarpado da serra.
Uma cidade do
interior como muitas outras. Na única escola havia uma só classe de alunos e uma
única professora.
As crianças,
de variadas idades, eram amadas por ela e com carinho acolhidas todos os dias
para as horas de ensino.
Para aquela
mestra, cada menino e menina era uma criatura especial.
Quando chegou
o dia do professor os alunos desejavam lhe dizer que também a amavam muito e lhe
levaram presentes.
Agitadas,
cada uma delas desejava entregar antes a sua dádiva.
Os filhos do
dono da chácara próxima trouxeram uma cesta de frutos. Cada um mais bonito e
cheiroso que o outro.
Os filhos do
dono da granja trouxeram uma boa quantidade de ovos.
A filha da
cozinheira do restaurante trouxe um bonito bolo de cenoura, com cobertura de
chocolate.
Os três
irmãos que viviam na fazenda lhe trouxeram um pequeno animal, um cabritinho.
A cada um,
emocionada, ela abraçava e agradecia.
Por fim, o
menino-índio, o único índio na escola, lhe deu uma concha.
Ela ficou
encantada com a beleza da concha e, recordando seus próprios tempos de infância,
colocou-a no ouvido para escutar o barulho do mar.
Ficou
embevecida. Pela sua mente passaram as cenas dos dias em que, criança, brincava
na areia, molhava os pés nas ondas que morriam na praia, fazia castelos e
fortalezas.
Quando foi
abraçar o menino, reparou que suas pernas e pés estavam empoeiradas, que a unha
do dedão estava quebrada e que seu short estava sujo.
A camisa
estava molhada de suor. Braços e mãos estavam imundos. O rostinho – bom, naquele
rostinho suado os olhos faiscavam de alegria, percebendo o encanto da professora
com a concha.
Foi no
confronto com esses olhos que ela se deu conta de que a praia mais próxima
estava a três horas de caminhada.
Considerando
a volta, isso significava seis horas de caminhada ininterrupta.
Perguntou ao
menino: “Mas você foi buscar essa concha para mim tão longe?”
Sorrindo
ainda, ele respondeu: “A caminhada faz parte do presente.”
Pense nisso!
Quantas
vezes você já ficou a questionar-se a respeito da melhor forma de presentear um
amigo?
Quantas vezes
pensou que seus recursos não eram suficientes para adquirir um bom presente?
Aprenda com o
garoto da história. Dê algo simples, mas valioso.
Pode até não
ser embrulhado em luxuosa embalagem, mas que contenha a sua parcela de carinho.
Algo feito
por suas mãos, ou fruto de sua criatividade.
Uma flor que
você cultivou. Um ramo silvestre colhido em sua caminhada. Ou uma concha
apanhada em praia distante.
Um livro que
contenha luz. Uma poesia escrita por você.
Considere que
o verdadeiro valor de um presente não está no preço, mas no apreço de quem o
oferece.
Pense nisso!
Texto da Redação do Momento Espírita com base em história de autor desconhecido.