Pilatos, Procurador da Judéia na época em que Jesus foi crucificado, ficou famoso na História da Humanidade pela falta de coragem de tomar uma decisão justa com relação ao condenado à morte, que ele sabia ser inocente.
E a expressão lavar as mãos é relativa à covardia de Pôncio Pilatos, que deixou que o povo decidisse sobre a vida de Jesus, quando poderia ter se posicionado com firmeza e libertado o Mestre de Nazaré.
Se o Procurador tivesse sido fiel ao cargo que ocupava, a História do Cristianismo poderia ter mudado seu rumo.
Outras autoridades da época, como os senadores romanos, poderiam, se quisessem, ter intercedido em favor de Jesus, mas não o fizeram.
Mas esse tipo de covardia moral ainda é comum nos tempos atuais.
Há os modernos Pilatos que ainda lavam as mãos na hora de tomar decisões firmes e justas, jogando a incumbência a terceiros, para se isentarem de comprometimentos com este ou aquele grupo de opositores.
Ficar de bem com todos é a meta, embora a consciência acuse a imoralidade e a falta de ética.
Assim, vemos autoridades de vários setores jogando a responsabilidade que seria sua, nas costas de outras pessoas, que são os chamados testas de ferro ou bodes expiatórios.
No entanto, a Humanidade sempre teve exemplos de dignidade e honradez de homens que, mesmo sem assinar um compromisso, defenderam com fidelidade as causas que abraçaram.
Gandhi, mesmo não sendo político, mudou a escala de valores políticos do mundo, sem usar as armas habituais dos políticos.
Luther King, mesmo sem ser sociólogo, provocou mudanças radicais nos valores sociais da Humanidade.
Albert Schweitzer, mesmo não assumindo um compromisso na área humanística, alterou os valores humanitários da Terra.
E a escala de amor do mundo jamais foi a mesma depois de Jesus Cristo.
Assim, seja qual for a nossa área de ação, busquemos tomar as decisões que nos cabem, com coragem e fidelidade.
Em qualquer profissão, desde a mais humilde até a mais significativa, temos oportunidade de agir com segurança ou lavar as mãos.
Pilatos e os demais homens que tinham poder de decisão mas lavaram as mãos, certamente amargaram o gesto por muitos séculos.
Não sejamos nós a nos comprometer negativamente em situações que nos solicitam firmeza e fidelidade.
Ninguém responderá pela parte que nos cabe a não ser nós mesmos. Seja essa parte grande ou pequena, se é de nossa responsabilidade teremos que prestar contas às Leis Divinas, mais cedo ou mais tarde.
Dessa forma, antes de nos decidirmos por ficar bem com todos, pensemos primeiramente em ficar bem com a nossa própria consciência e com Deus.
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A fidelidade ao bem mede a estatura moral do homem, fala dos seus sentimentos espirituais, expressa sua evolução e candidata-o a mais elevadas responsabilidades.
Redação do Momento Espírita com pensamento final colhido
no verbete Responsabilidade, do livro Repositório de
sabedoria, v. 2, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 07.12.2009.