Vivemos
dias de estiagem.
Estiagem de
afeto.
Dias em que a
alma se ressente da ausência de diálogo e de compreensão.
Dias em que
os seres se isolam no próprio egoísmo e se trancam com as suas próprias dores,
nas furnas da angústia e da depressão.
Afogam-se nas
próprias lágrimas e escutam apenas os próprios lamentos.
Ignoram as
dores alheias e desprezam as verdades do próximo.
Vivemos dias de grande amargura.
Dias de
solidão em meio à turba que passa sem destino, nem rumo.
Dias em que
as pessoas, apesar de toda a riqueza e de todos os recursos dos quais dispõem,
sentem-se arrastadas pela correnteza bravia da vida, como se nada pudesse ser
feito para evitar tamanha desdita, como se fosse fatal a queda, o fracasso
humano.
Muitos se
perguntam: “onde foi parar a esperança? Como recuperar a paz perdida?”
Ora, a
esperança e a paz jamais deixaram de habitar as paragens onde sempre foram
encontradas.
Permanecem
encantando as almas que as buscam com sinceridade e persistência, nos caminhos
do bem.
Não foram
elas que abandonaram o homem.
Em verdade,
foi o próprio homem que as confundiu com as ilusões passageiras.
Foram tomadas
por miragens incapazes de sustentar por longo período a satisfação fugaz dos
primeiros tempos.
Ludibriado
pelo próprio querer o homem passou a buscar em outras fontes a água da vida.
Abandonou a
estrada das virtudes, que tem portas estreitas, passando a trilhar a senda do
equívoco. Valeu-se do livre-arbítrio para fazer as mais variadas escolhas.
No entanto,
tais escolhas, em sua grande maioria, foram embasadas apenas na satisfação
imediata dos próprios desejos.
Os
compromissos anteriormente assumidos foram relegados ao esquecimento.
As
responsabilidades decorrentes da própria vontade foram ignoradas.
Com isso, não
haveria como existir nos campos da vida paisagem diversa da qual hoje
encontramos.
Desertos e
desolação.
Angústia e
desesperança.
As sementes
espalhadas pelo divino semeador jazem ocultas entre a erva-daninha e o
pedregulho.
Permanecem
inertes, como se fossem incapazes de tocar o coração humano, rompendo a casca da
indiferença e fazendo brotar, finalmente, a flor do entendimento.
Vivemos
dias de estiagem.
Nossas almas
clamam pela rega abençoada que lhes concederia a alegria verdadeira que
desconhecem.
Clamam por
ela, mas, no entanto, raramente se dispõem a recebê-la.
Ei-la que
surge em cada um dos exemplos irretocáveis do cristo.
Faz-se
presente em nossas vidas por meio das mensagens de elevada vibração dos
espíritos benfeitores.
Comparece
diante de nós em cada gesto de amor que recebemos ou que presenciamos.
Aproveitemos a seiva divina para dessedentar nossos espíritos tão necessitados
da paz oferecida pelo cristo.
Deixemos que
nossas almas, tão sedentas do bem, sejam, de uma vez por todas, tocadas pela
mensagem de amor e de esperança ensinadas por Jesus.
Reguemos
nossas consciências com os ensinamentos do mestre, a fim de que brote em nós os
frutos da compaixão e da verdadeira fraternidade.
Só assim
veremos renascer, no solo da nossa alma, a gloriosa esperança.
Equipe de Redação do Momento Espírita.