Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
busca   
no título  |  no texto   
ícone Trabalho e consciência

O sol apenas despertara a aurora e a brisa fresca da manhã trazia notícias de que a chegada do inverno estava próxima.

No parque, poucas pessoas faziam sua caminhada matinal.

A agitação das aves era notada por aqueles que sabem apreciar esses detalhes da natureza.

Numa árvore próxima a uma pequena ponte, um joão-de-barro construía sua morada.

Lá estava ele... esticando o pescoço o quanto dava para construir a parte superior do ninho.

Do pequeno monte de barro depositado na parte inferior do ninho, ele retirava porções mínimas com o bico e fazia os retoques nas laterais.

Um trabalho árduo, para quem não tem mãos, não tem ferramentas, não tem ajuda de ninguém... Tem apenas o bico e asas para voar em busca de matéria-prima.

Um pássaro muito pequeno, um exemplo de dedicação e de fidelidade ao instinto recebido do Criador.

O joão-de-barro não se importava com seus vizinhos, com os predadores, com as intempéries. Apenas construía seu ninho com esmero, sem preguiça.

No entanto, nem todos os pássaros são exemplos de dedicação semelhante.

O chupim, ou engana-tico, pássaro muito comum no Brasil, não constrói ninho. A fêmea procura um ninho de tico-tico ou de outra espécie, joga fora o ovo que encontra e coloca, no lugar, o seu próprio ovo.

A verdadeira dona do ninho não se dá conta e choca o ovo da invasora.

O filhote de chupim nasce maior do que sua mãe adotiva, que se desdobra para alimentá-lo até que tenha condições de buscar o próprio sustento.

Duas aves, duas situações bem diferentes. Uma trabalha, a outra engana, rouba e mata.

Assim também acontece entre nós.

Existem homens que trabalham com dedicação, seriedade, honestidade, honradez.

E existem outros que vivem do esforço alheio. Nada produzem. Nada edificam. Aproveitam-se do trabalho alheio e são hábeis para enganar.

São verdadeiros parasitas sociais. São hipócritas, malandros, e se dizem espertos.

Têm orgulho de lesar o erário, pessoas, fazer conluios, conchavos, negociatas...

Enchem os cofres com o dinheiro das drogas, das barganhas, das vilanias, das guerras.

São os chupins da Humanidade...

Pobres criaturas que pensam enganar a Lei Divina.

*   *   *

Ao contrário dos chupins que só têm o instinto animal, os seres humanos temos responsabilidade moral sobre todos os atos praticados, em sã consciência.

Assim, mais cedo ou mais tarde, teremos que devolver às soberanas leis que regem o Universo moral, tudo o que tenhamos retirado de forma ilícita.

Do tribunal chamado consciência, nada escapa, nada se perde.

Por isso nos perguntemos, com toda sinceridade: somos joão-de-barro, ou somos chupim?

Em prol da própria saúde mental, se a resposta pender para chupim, vale a pena uma mudança radical de atitude... Porque a vida não termina no túmulo, e todos receberemos conforme nossas obras.

*   *   *

Ninguém engana a própria consciência fugindo ao dever.

Na grande folha de pagamento do Código Divino, estão registrados todos os nossos serviços, nossos desserviços e nossas faltas.

E será segundo esses registros que responderemos no além-túmulo.

Pensemos nisso, mas pensemos agora!

Redação do Momento Espírita.
Em 29.6.2020.

 

Escute o áudio deste texto

© Copyright - Momento Espírita - 2024 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998