Foi no ano
de 1921 que Lewis Lawes assumiu a direção da prisão de Sing Sing, considerada
uma das mais rigorosas.
Casado e com
3 filhos pequenos, aconselhou sua esposa par que jamais adentrasse os muros da
prisão.
Mas
Catherine, jovem e maravilhosa, não deu atenção ao conselho. Quando o primeiro
jogo de basquete foi realizado na prisão, ela compareceu.
E levou os 3
filhos. Atravessou a quadra e se sentou ao lado dos internos, nas arquibancadas,
acomodando as crianças ao seu lado.
Ela costumava
dizer: “meu marido e eu vamos tomar conta desses presos. E eles, com certeza,
vão tomar conta de mim.”
Ela fez
amizade com os prisioneiros. Conheceu suas histórias. Importou-se com eles.
Certo dia soube que um presidiário, que cumpria pena por assassinato, estava
cego.
“Você lê em
braille?” Perguntou ela, quando o foi visitar.
“O que é
braille?” – ele indagou.
Ela o ensinou
a ler. Anos depois, recordando o fato, ele ainda se emocionava, falando com
afeto sobre ela.
Durante 16
anos, Catherine transformou a terrível prisão em uma instituição humanitária.
Então, no ano
de 1937, ela sofreu um acidente de carro e morreu.
Na manhã
seguinte ao desastre, o senhor Lawes não foi para o trabalho e o diretor
interino o substituiu nas tarefas.
Logo, a
prisão inteira percebeu que alguma coisa estava errada.
No outro dia,
todos já sabiam que Catherine morrera e que seu corpo se encontrava num caixão,
em sua residência, que ficava apenas a 1.200 metros da prisão.
Quando o
diretor interino fazia sua inspeção rotineira, surpreendeu-se em ver um grupo de
prisioneiros, amontoados como animais diante do portão principal.
Eram homens
que tinham cometido crimes medonhos. O diretor interino se aproximou e descobriu
que havia lágrimas nos olhos deles.
Eram lágrimas
de sofrimento e tristeza.
Calados, eles
diziam pelas expressões, que desejavam ardentemente ver Catherine uma última
vez.
Aquele homem
sabia o quanto todos os prisioneiros amavam a mulher que partira repentinamente.
Por um
instante, pensou. Depois, virou-se, encarou o grupo e tomou uma decisão: “muito
bem. Vocês podem ir até a casa de Catherine”.
Abriu o
portão e os criminosos foram saindo, sem escolta, na direção da residência do
diretor Lawes.
“Eu quero ver
todos vocês de volta esta noite!” – disse ainda o diretor interino.
Eles seguiram
em silêncio, ficaram na fila, junto a outras tantas pessoas, e prestaram suas
últimas homenagens a Catherine Lawes.
Imagina
quantos voltaram?
Quando o dia terminou, todos eles, sem exceção, retornaram para a prisão.
***
Não
acreditemos na esterilidade e no endurecimento do coração humano.
Ao contato do
amor verdadeiro, que propicia a felicidade, desde a vida terrestre, as criaturas
se modificam.
O amor é um
ímã a que não podem resistir mesmo os maus, ou pessoas consideradas de má vida.
Ao contato do amor fecundam-se os germens que existem, em estado latente, nos
corações humanos.
O amor tudo
transforma onde quer que floresça.
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. Vidas transformadas, de Tim Kimmel, do livro Histórias para o coração, de Alice Gray, ed. United Press e cap. XI, item 9 de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. FEB.