Em 2004,
após as olimpíadas em Atenas, aconteceram as para-olimpíadas, que reuniu 136
países. As 55 mil pessoas que lotavam o estádio puderam se emocionar com a garra
desses atletas muito especiais.
O Brasil foi
representado por 98 atletas. No desfile, caco, o nadador brasileiro, que teve
paralisia infantil, entrou sentado na cadeira de rodas com a bandeira brasileira
na mão e um sorriso no rosto.
Outro atleta,
mesmo com uma perna mecânica, entrou sambando.
A recordista
mundial de arremesso de peso, Rosinha, que teve uma perna amputada aos 14 anos
após ser atropelada por um caminhão, desfilou feliz.
Segundo ela,
a alegria estava em poder estar ali, representando o seu país, como uma atleta
campeã.
O judoca
Antônio Tenório esteve lá para tentar a sua terceira medalha de ouro. Aos 13
anos, numa brincadeira com estilingue, um de seus olhos foi atingido por uma
mamona. Perdeu a vista.
Aos 19 anos
ficou completamente cego, após deslocamento de retina do outro olho.
E lá estavam
também países pobres. Como Ruanda, cujos atletas, ao invés de bengalas, entraram
utilizando pedaços de madeira.
Uganda foi
representada por apenas cinco integrantes. Um deles era uma mulher com
dificuldade de locomoção.
Ela foi,
literalmente, empurrada pelo estádio inteiro, que celebrou cada passo dessa
atleta, que já começou os jogos sendo uma vencedora.
Também
estiveram lá países como Iraque e Afeganistão. Nada de guerra. A paz reinava no
coração daquela gente.
Os atletas
para-olímpicos trouxeram muitas medalhas para o Brasil. Cada vez que a bandeira
brasileira era içada e o hino nacional executado era a demonstração de que tudo
é possível àquele que crê.
Os
deficientes físicos nos ensinam o verdadeiro valor que tem a força de vontade.
Eles
restauram a sua saúde ao afirmarem que nada vai lhes impedir de ver o mundo,
mesmo sendo cegos.
Eles podem
ver a vida de outras formas. Podem contar com alguém que será seus olhos.
E os
deficientes auditivos podem ouvir o som da vida na canção do amor ao próximo que
os trata com carinho.
Os
deficientes não estão presos a cadeiras de rodas. Estão livres para sonhar que
cada dia é uma dádiva, que cada dia vão conquistar algo novo.
Eles nunca
desistem, porque têm sempre algo novo para ser conquistado, para melhorar e
aperfeiçoar em si.
Enfim, eles
nos mostram que podem ser mais lentos, mas já chegaram na nossa frente, porque
estão vencendo a si próprios.
A montanha
deles é mais alta do que a nossa. A conquista deles pode demorar um pouco mais,
mas será a maior das conquistas.
Você sabia?
Você sabia
que o Brasil tem 26 milhões de pessoas portadoras de algum tipo de deficiência?
E que, a cada
ano, surgem 10 mil novos deficientes?
São pessoas que se envolveram em acidentes de carro ou arma de fogo,
principalmente.
Cada
deficiente físico pode ser considerado como uma rocha onde as ondas das
dificuldades se chocam e são transformadas em combustível.
Tudo em busca
de um objetivo maior, que é se superar a cada dia de suas vidas.
Aprendamos com eles.
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base nos artigos Eficientes físicos, de Joil Menezes Guimarães e minha primeira Para-olimpíada, de Reinaldo Gottino, inseridas na revista Kardebraile.