É bem
verdade que o seu dia-a-dia tem o valor de uma trama de desafios, aptos a lhe
conferir a diplomação em diversas virtudes.
Essas
virtudes o auxiliarão a transpor as barreiras morais que ainda o afastam da
alegria verdadeira e da paz-conquista, que o erguerão do chão comum do mundo aos
cimos da consciência iluminada por seus esforços na existência terrena.
No seu
período diário, não são poucas as ocasiões de se exasperar, de lhe desnortear ou
de entristecer seu íntimo, aguardando pela sua coragem e lucidez para não passar
recibo a tais perturbações.
Você se
angustia com os preços mais altos da feira onde se abastece;
Você se
entristece com a indiferença ou frieza emocional dos que lhe devem afetividade e
amor;
Você se
enraivece com a mentira deslavada que toma ares de legislação digna, nos
arraiais em que se movimentam seus passos;
Você se
irrita com os baixos salários, enquanto se apercebe das múltiplas necessidades
materiais da sua vida, que têm que ser adiadas;
Você se curva
perante o familiar que não o ouve, que não lhe considera os arrazoados honestos,
e tudo isso, com certeza, pesa sobre seu estado psico-emocional.
Não podemos
afirmar que nas caminhadas do mundo você não possa desenvolver esses
sentimentos, ou que não lhe devesse passar pela mente as amarguras que passa.
Entretanto,
se você sabe que no mundo apenas conheceremos aflições, conforme o assegurou
Jesus, O Cristo, é de se esperar que pelas Suas trilhas na busca do sonhado
progresso todas essas agruras ocorram, todas essas frustrações apareçam.
Você não está
errado quando se insurge contra o desvario, quando se nega a aceitar a
impostura, quando recrimina o vício, ou quando se indispõe perante o cinismo, a
desfaçatez que costuma mascarar tantos rostos a sua volta.
O que as
vozes do bem decantam aos nossos ouvidos, o que Jesus nos ensinou com seu
testemunho terrestre é que você pode dizer isso ou aquilo, você pode fazer isso
ou aquilo; você pode pensar isso ou aquilo, sem que se tenha de apoiar no
destempero verbal;
Sem que
precise se envenenar com a agressiva violência; sem que necessite gritar,
explodir, perdendo o próprio controle em face das situações diversas e
desafiadoras que se lhe defrontem.
Adote o
hábito, que os mais antigos recomendavam, de “contar até 10”, antes de fazer ou
acontecer.
Apóie-se na
harmonia íntima que lhe trará luzes e refrigério ao discernimento, impedindo que
você se atire ao abismo de tormentos da alma, que, indubitavelmente, o farão
infeliz e arrependido.
Pense e
repense a respeito do aprendizado que as situações difíceis lhe propiciam:
As bênçãos da
paciência, da moderação, da tranqüilidade, da frugalidade, da tolerância, da
fraternidade, da compreensão, da indulgência, do autocontrole, tornando-o
amadurecido para merecer compromissos mais altos na oficina de Deus, que é a
Terra inteira.
A questão
principal em tudo é saber como tomar cada providência, sem passar recibo às
sombras, não o esqueça.
Caso você
esteja no lar, no local de trabalho, no lazer, nas atividades desportivas ou nas
lidas da sua fé, não se esqueça que está diante de importantes desafios que
visam a diplomá-lo em virtude, ante os olhos amorosos do criador.
Mais uma vez,
queremos lhe advertir para que não se deixe perturbar com as ocorrências
diárias.
Para que não
passe recibo ao mal ou às insinuações do mal, quando cada dia no mundo, com
todos os seus episódios, não passa de mais um dia de aulas, com estranhos
professores chamados a conferir-lhe o devido grau, na abençoada escola
terrestre.
Pensamento
O homem
jamais deve esquecer que se acha num mundo inferior, ao qual somente as suas
imperfeições o conservam preso.
A cada vicissitude, cumpre-lhe lembrar-se de que, se pertencesse a um mundo mais
adiantado, isso não se daria e que só de si depende não voltar a este,
trabalhando por se melhorar.
Equipe de Redação do Momento Espírita, adaptação do cap. 27 do livro Para uso diário, do Espírito Joanes, psicografia de J. Raul Teixeira, Ed. Fráter.