O homem moderno, criador de excelente tecnologia e descobridor de inúmeras leis que regem o Universo e a vida, teima em ignorar a Lei de amor, fator causal da felicidade e expressão máxima do Divino pensamento.
Graças aos engenhos sofisticados da Astronáutica, logrou pousar repetidas vezes na lua, enquanto suas admiráveis naves espaciais viajam na direção de outros planetas do Sistema Solar, e já fala em turismo espacial.
As distâncias exteriores têm sido conquistadas a cada dia e a cada hora, aproximando-nos dos diferentes corpos celestes e de variados lugares terrestres.
As velocidades são alcançadas de forma desafiadora, já havendo ultrapassado a do som.
Para o homem moderno, tem sido relativamente fácil superar esses desafios. Porém, não vence a distância emocional que o isola, no lar, dos demais familiares; no escritório, dos colegas; na sociedade, das outras pessoas.
Mergulhado no oceano dos conflitos que o afogam, ainda não resolveu viver próximo do seu irmão, em comunhão de elevada solidariedade, encontrando-se e encontrando o familiar, o companheiro, o desconhecido que pode se tornar amigo, o desafeto que pode se transformar em colaborador.
As experiências, que decorrem das viagens para fora, mais o isolam no ninho doméstico, no lugar de trabalho, na comunidade.
Nas férias, busca relacionamentos novos com pessoas que vivem longe, que logo se diluem no esquecimento ou na indiferença, e quando necessita de afetos e amizades coloca anúncios nos jornais, afirmando-se pessoa tímida.
Ou, então, navega pela Internet à procura de alguém que lhe ouça as amarguras, protegido pelo anonimato e descompromissado com a aproximação.
Alguns buscam o triunfo no relevo social, na polpuda conta bancária, nas jóias de alto preço, nos bens imobiliários luxuosos, nos veículos caros, e se esquecem de atender ao chamado do amor, que plenifica por dentro tanto os que possuem coisas como os que nada têm.
Temos que convir que há um abismo que separa o homem externo do homem interno; entre aquele que vence as distâncias físicas, mas não se autoencontra; que resolve as dificuldades de fora e não equaciona as de dentro, evitando-as, mascarando-as, transferindo-as no tempo.
Inevitavelmente, esse indivíduo faz-se vítima da própria conduta, tornando-se inseguro, insatisfeito, alienado e, não raro, vítima da saturação, da irritabilidade, do tédio, que o poderão empurrar para os alcoólicos ou outras drogas, para o sexo descomprometido, para a loucura, o suicídio ou o crime.
Faz-se urgente que alteremos nossa ótica equivocada pela qual temos observado as finalidades da vida, a fim de que encontremos as soluções para os problemas do ser humano em si mesmo.
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O homem de hoje, enfrentando alta soma de dissabores, angústias e incertezas, não terá outra alternativa, logo mais, exceto viajar para dentro de si mesmo, aproximando-se dos demais indivíduos e redescobrindo a sua imortalidade espiritual, a transitoriedade do corpo orgânico, e a excelência do amor como responsável por tudo quanto existe, manifestação natural e especial de Deus.
Redação do Momento Espírita com base no cap. 13, do livro Sob a
proteção de Deus, por diversos Espíritos, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 26.10.2009.