No dia 5 de maio de 2003, a estudante Luciana Gonçalves de Novaes, de vinte anos, foi atingida na coluna vertebral por uma bala perdida.
Ela estava no Campus de uma Universidade da cidade do Rio de Janeiro. Como resultado do acidente, ficou tetraplégica.
Um ano depois do ocorrido, ela foi entrevistada por um jornalista da Folha de São Paulo.
Do leito do hospital onde se encontra, Luciana contou como foram as horas que antecederam o tiro.
Lembro que senti vontade de não ir à faculdade naquele dia. Cheguei a me levantar por duas vezes no ônibus. Quase desisti. Mas tinha prova. Acabei indo. Se Deus me deixou ir para a faculdade, é porque tinha um plano para mim. Estou cumprindo minha missão na vida.
Luciana falou das muitas mensagens que recebeu de pessoas desconhecidas, dizendo-se feliz em saber que tantos oram por ela.
São essas orações e minha fé em Deus que me dão força e esperança. Penso que vou melhorar cada vez mais. Não sinto mágoa das pessoas que fizeram isso comigo.
A jovem ainda tem outra lição a dar.
Foi uma emoção muito grande, confessa, quando consegui ver o céu, quando os médicos colocaram minha maca na varandinha que tem aqui no quarto. Às vezes, as pessoas correm tanto na vida e não têm tempo de olhar o mar e o céu. Queria dizer que isso é muito importante. E que elas deveriam dar mais valor a essas situações.
* * *
Muita gente sofre. Poucos, no entanto, sabem aproveitar as provas retificadoras.
Não basta simplesmente sofrer. Indispensável é extrair bênçãos de luz que a dor oferece ao coração sequioso de paz.
Muitos corações se envenenam na amargura, quando pequenos sofrimentos lhes invadem o círculo pessoal.
Não são poucos os que batem à porta da desilusão, da descrença ou da revolta em razão de alguns caprichos não atendidos.
Há os que recebem a calúnia e a transmitem aos vizinhos. Os que são atormentados por acusações e arrastam companheiros às mesmas perturbações que os assaltam.
E, por fim, os que pretendem eliminar enfermidades redentoras, entregando-se ao desespero.
Raros homens aprendem a encontrar o proveito das tribulações. A maioria menospreza a oportunidade de edificação.
Todas as criaturas sofrem no cadinho das experiências necessárias. Entretanto, bem poucos Espíritos sabem padecer como cristãos, glorificando a Deus.
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Se te sentes envolto em situações dolorosas, sem que vejas saída a curto ou médio tempo, não desanimes. Nem blasfemes.
Vale a pena pensar na ação de Deus no campo da tua vida.
Tudo o que sofras está sob as vistas do Criador. Se Ele te permite a oportunidade de sofrer, acredita: Ele também te orientará a via da libertação.
Luta. Confia. Não abandones o campo da atividade.
Redação do Momento Espírita, com base em artigo
extraído do Boletim Serviço Espírita de Informações, de maio/2004
e no cap. 80, do livro Vinha de luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografia
de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Em 18.2.2013.