Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Oração e vigilância
 

 

Muitas são as formas pelas quais o homem pode se pôr em oração.

Pode repetir as palavras ensinadas por Jesus aos Apóstolos, na última ceia, por meio do Pai Nosso.

Pode, ainda, dialogar com o Criador, por meio de palavras singelas e sinceras, agradecendo as dádivas que recebe e pedindo pelo amparo de que necessita.

Há, no entanto, outra forma de oração.

Há a prece-ação, por meio da qual o ser, ativamente, liga-se a Deus.

Ora o trabalhador que curva o corpo no arado e sulca o seio da terra.

Ora a professora que, tomando as mãos do pequenino, o conduz através da experiência do alfabeto.

Ora o jovem que renuncia aos prazeres fáceis do mundo, oferecendo suas horas ao ministério da enfermagem.

Ora o homem que empreende a luta honesta para a aquisição do pão que lhe honra a estabilidade doméstica.

Ora a mãe que ampara e aleita o pequenino ser gerado.

Ora a criança que ingenuamente brinda a vida, correndo e rindo, por entre as flores do jardim.

Quem, buscando a fonte generosa, distribui água refrescante, ora, porque matar a sede do aflito é também orar.

No entanto, o Sublime Galileu foi incisivo em Sua orientação de que é necessário orar e vigiar.

E quão pouco vigilantes temos sido ao longo dos séculos.

Quantas vezes sucumbimos à ira, aos desejos inferiores, abandonando o caminho do bem.

Em inúmeras oportunidades de crescimento e soerguimento moral, deixamo-nos arrastar pela correnteza da vida, deixando para trás a porta estreita que nos levaria à felicidade verdadeira.

Deve-se vigiar constantemente para não resvalar outra vez nos desfiladeiros da desdita e das sombras.

Quando a boca, na disputa verbalista, for tentada ao revide, silenciemos e vigiemos humildemente.

Calar uma ofensa é prova inequívoca de que não se deixou levar pela agressão indevida.

A mão que deixa de apontar na via pública um antigo opositor, vigia, porque não acusar é exercer a vigilância sobre si mesmo.

A alma que pretendia saltar perigosa sobre o agressor e, ao invés disso, despedaça a cólera aninhada no coração, vigia, porque perdoar o crime é colocar-se em vigília.

Jesus nos orienta para que não nos deixemos contaminar pelo veneno do mundo.

*   *   *

A oração é o meio mais eficiente de nos colocar em ligação com o Pai Criador.

A vigilância é a mais eficiente forma da qual dispomos para não sucumbir fragilmente diante das dificuldades e das tentações da vida.

Aquele que ora se aproxima de Deus e, quando vigia, permite-se estar em sintonia com a Divindade.

Em dias turbulentos como os nossos, orar é pacificar a mente e o coração.

Vigiar é não permitir que as bênçãos divinas sejam desperdiçadas ao primeiro sopro da adversidade.

Quando o ser está vigilante não se deixa levar pelos rompantes que desestabilizam os corações mais frágeis e ignorantes.

Quem ora e vigia encontra-se imune às influências dos adversários do bem, porque tem mais condições de enfrentar as provas da vida e sair vitorioso.

Orai e vigiai, aconselhou-nos Jesus.

Eis aí um sábio e valoroso conselho de Quem conhece nossas dificuldades mais íntimas e ama-nos profundamente.

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 31, do
livro Enfoques espíritas, pelo Espírito Vianna de Carvalho,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Capemi.
Em 18.01.2010.

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