O hábito de reclamar é muito comum. É possível que acreditemos, como seres humanos, ser natural.
A verdade é que, em qualquer parte do mundo, encontramos os que reclamam.
Como filhos reclamamos dos pais, como cônjuges reclamamos um do outro. Patrões e empregados parecemos quase inimigos, com tantas reclamações.
Nossos vizinhos, amigos e até meros conhecidos não deixam de ser alvos das nossas reclamações.
Falamos que deveriam ser mais atenciosos conosco, mais educados, mais...
Acontece que pessoas genuinamente gratas são ainda um tanto raras em nosso mundo.
Quando apenas prestamos atenção no que falta, costumamos não notar o que temos.
Esse mau hábito é especialmente triste em se tratando da Divindade.
Isso porque Deus é o Senhor do Universo.
Dele procedem todas as bênçãos e oportunidades.
Ele cria todos os Espíritos iguais e nos concede existências incontáveis a fim de que nos possamos aprimorar.
Cerca-nos dos mais ternos cuidados.
Providencia-nos o corpo para que vivamos na Terra. Não esquece de nos cercar de amores, a fim de que, como flores, não venhamos a secar no deserto das afeições.
Inclusive cuida de bloquear certos desatinos nossos, mais graves, para que não nos compliquemos em excesso.
Entretanto, curiosamente, ainda nos sentimos no direito de reclamar do Eterno.
Imaginamos ter direito a mais do que recebemos.
Desejamos tranquilidade, riqueza, poder, fama e beleza.
Contudo, nesse querer fantasioso, nos esquecemos de perceber e agradecer o muito que nos é dado, de forma constante.
Esquecemos a bênção dos tempos de paz, nos quais podemos perseguir nossos sonhos.
Não valorizamos a família na qual nascemos ou nos encontramos.
Os pais que nos cercaram os primeiros passos, as escolas nas quais fomos matriculados e que pudemos frequentar.
Os professores que nos instruíram.
A saúde do corpo, a existência em um país pacífico, os amigos...
Achamos natural possuir tantos tesouros.
Ocorre que nem todos podem desfrutar, simultaneamente, dos mesmos dons.
A vida na Terra constitui uma estação de aprendizado.
Nela, as experiências variam ao infinito.
Devemos considerar que há os que experienciam a saúde, enquanto outros vivem a enfermidade.
Alguns desfrutam facilidades materiais e outros têm vida mais modesta.
As posições se alternam no curso dos séculos.
O papel de cada um de nós é ser digno e fraterno na posição em que nos encontramos.
Utilizar os tesouros que recebemos da vida, a fim de crescer em talentos e virtudes.
E, especialmente, entender que o próximo é um irmão de caminhada.
Ele também deseja ser feliz e viver em paz.
É, igualmente, um filho de Deus.
Tendo isso em mente, urge repensar os próprios hábitos.
Identificar os inúmeros cuidados recebidos de Deus.
Ser grato por todos eles e cessar de reclamar por bobagens.
Ao mesmo tempo, aprendermos a manifestar bondade para com o próximo como uma forma de gratidão ao nosso Criador.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 5.7.2023.
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