Momento Espírita
Curitiba, 19 de Abril de 2024
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ícone Artífice do progresso

A vida na Terra não é perfeita.

Oscilações da economia, com frequência, jogam por terra planos longamente acalentados.

O passar do tempo pouco a pouco dilapida o vigor físico.

Amigos e familiares desencarnam.

Por sua natureza material, a Terra é um local de transição.

Nela há certas vicissitudes inevitáveis, como a dor, a doença e a morte do corpo físico.

Esses fenômenos são comuns e, até certo ponto, aceitos com naturalidade.

O que possui o condão de tornar o viver terreno realmente áspero são as fissuras morais dos homens.

Fôssemos todos leais e bondosos e a vida na Terra seria um paraíso.

Mas por ora não é assim.

O egoísmo persiste forte nos corações humanos.

É ele que faz com que busquemos nossos interesses imediatos, despreocupados das tragédias e dores que causamos aos outros.

Com base nessa realidade, muitos acreditamos que a raça humana não tem jeito.

Achamos que tudo está mesmo perdido e procuramos nos envolver o mínimo possível no que ocorre a nossa volta.

Deixamos de votar, de nos indignar e de cobrar uma postura ética no comportamento político e social.

Esse gênero de comportamento não é novo.

No âmbito religioso, por séculos houve a tendência de candidatos à santificação retirarem-se do mundo.

Gastavam o tempo em cerimônias e preces, esquecidos das dificuldades dos que permaneciam envoltos nos afazeres mundanos.

A frase do Cristo, na qual Ele diz que Seu reino não é deste mundo, costuma ser invocada como sustentáculo desse proceder.

Entretanto, Jesus jamais demonstrou desprezo pelo mundo e por suas criaturas.

Enquanto aqui esteve, Ele se dedicou a educar e a curar os enfermos do corpo e da alma.

Em dada oportunidade, afirmou que Seus seguidores deveriam ser o sal da terra e a luz do mundo.

Esse enunciado certamente significa que o cristão precisa fazer a diferença.

Que Ele deve agir para que o mundo se converta em um local mais justo e fraterno.

Assim, não utilize os quadros chocantes da Terra como desculpa para cruzar os braços.

Pense que você tem um papel a cumprir no contexto em que está inserido.

Mire-se nos exemplos do Cristo e viva com muita correção.

Trabalhe, sirva, seja leal, indulgente e compreensivo.

Mas não enterre e nem esconda os seus talentos.

Saia de seu círculo mais restrito de relações e aja para que o mundo se torne um lugar melhor.

Desenvolva ideais de elevação e pureza e os partilhe com o próximo.

Indigne-se com os desmandos da política e cobre reformas.

Sinta-se responsável pelo local em que vive.

Lentamente tudo se transforma e aprimora.

As leis humanas estão em constante aperfeiçoamento.

Certas práticas iníquas do passado, como o duelo e a escravidão, hoje não são mais admitidas.

Muitos de nós lutamos para que cada melhora ocorresse.

Reflita sobre isso e torne-se um artífice do progresso.

Você experimentará algumas dores e decepções ao se envolver em questões sociais.

Mas saberá que cumpriu a parte que lhe toca na construção de um mundo melhor.

No ocaso de sua vida terrena, quando tudo o mais se extinguir, a paz pelo dever bem cumprido persistirá em seu coração.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.
Em 2.4.2019.

 

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