Momento Espírita
Curitiba, 29 de Março de 2024
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ícone Terrorismo interno

No ano de 1571, Michel de Montaigne, jurista e filósofo francês, escreveu: Minha vida foi repleta de catástrofes. A maioria delas nunca aconteceu.

Curiosamente, essa realidade sempre esteve presente na vida do homem: ele sofre antes do sofrimento, antecipa a dor e, muitas vezes, a provoca sem necessidade alguma.

Conhecedor da alma humana em sua intimidade, Jesus fez preciso alerta, deixando ensinamento valioso.

No Sermão da Montanha, fala a todos sobre este tema, utilizando inclusive uma palavra bastante atual: preocupação.

Portanto eu digo: não se preocupem com sua própria vida, quanto ao que comer ou beber; nem com seu próprio corpo, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante que a comida, e o corpo mais importante que a roupa?

Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai Celestial as alimenta. Não tem vocês muito mais valor do que elas?

Por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem.

Contudo, eu digo que nem Salomão, em todo seu esplendor, vestiu-se como um deles. Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá mais a vocês, homens de pequena fé?

Portanto, não se preocupem, dizendo: que vamos comer? Ou que vamos beber? Ou que vamos vestir?

Busquem, pois, em primeiro lugar o reino de Deus e a Sua justiça, e todas essas coisas serão acrescentadas a vocês.

Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal.

*   *   *

Se a preocupação fosse apenas uma preparação para o dia de amanhã, um planejamento, ela certamente seria benéfica.

No entanto, sabemos que ela vai muito além disso. Sua tônica principal, aliás, está na antecipação do sofrimento, num terrorismo interno totalmente desnecessário.

Há uma incoerência: quanto mais preocupados, mais incapazes vamos ficando para resolver aquilo que nos atemoriza.

Sabemos que esse sentimento, por vezes, nos escapa à razão e é quase inevitável. No entanto, existem alguns auxílios com os quais podemos contar:

As conversações salutares: contar nossa preocupação para quem confiamos. Evitar guardá-la para nós. Depois, ouvir o bom conselho, sempre salutar, considerando que, quase sempre criamos um monstro inexistente, supervalorizando questões, enxergando as coisas apenas através de um ponto de vista.

A meditação: reservar alguns minutos diários para a prática da meditação, evitando que os pensamentos negativos se instalem. Além disso, boas leituras auxiliam a substituir ideias sufocantes por revigoradas.

A oração: manter contato com o Criador e a Espiritualidade Superior através da prece é sempre importante. Esse hábito fortalece o Espírito diante das dificuldades e nos relembra dos objetivos maiores da vida.

É imperioso lembrar da mensagem do Cristo, que não foi apenas para aqueles que O escutaram ao pé do monte, mas para todas as gerações: Não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará suas próprias preocupações. Para cada dia basta o seu próprio mal.

 Redação do Momento Espírita, com base no
Evangelho de Mateus, cap. 6, versículos 25 a 34.
Em 9.10.2018.

 

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