Momento Espírita
Curitiba, 23 de Abril de 2024
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ícone Deus o abençoe

Aquele moço seguia todos os dias pelo mesmo caminho.

Em suas viagens diárias do bairro, onde morava, ao centro da cidade, onde trabalhava, o trem passava por um viaduto de onde ele podia ver o interior de alguns apartamentos no prédio localizado em nível inferior.

Naquele lugar, o trem diminuía a velocidade e por isso ele podia observar, através da janela de um dos apartamentos, uma senhora idosa deitada sobre a cama.

Ele via aquela cena há mais de um mês.

Ela deveria estar convalescendo de alguma enfermidade, foi o que ele pensou e se compadeceu da situação dela.

Ficou pensando na monotonia das horas enquanto estava ali, deitada, talvez sem quem a visitasse para lhe fazer companhia.

Pensou ainda se tantos dias acamada não a estariam entristecendo, o que, com certeza, mais lhe dificultaria a recuperação da saúde.

Dessa forma, desejando auxiliá-la, de alguma forma, sem ser invasivo, por ser um desconhecido, ficou cogitando o que poderia fazer, além de, à distância, orar por ela.

Num domingo, cedeu a um impulso sentimental e foi até o prédio onde ela morava.

Perguntou ao porteiro o nome da anciã e depois lhe enviou um cartão com votos de restabelecimento, assinando apenas: um rapaz que passa diariamente de trem.

Transcorridos alguns dias, a caminho de casa no trem, o jovem olhou, como sempre, para a janela.

No quarto não havia ninguém. A cama estava cuidadosamente arrumada.

No parapeito da janela, porém, estava afixado um pequeno cartaz escrito à mão e iluminado por uma lâmpada de cabeceira. Mostrava apenas uma frase singela de gratidão: Deus o abençoe.

*   *   *

Um jovem com tanta sensibilidade fraternal, certamente é abençoado por Deus.

Esse Deus que quer que suas criaturas se amem e se respeitem mutuamente.

Esse Deus que espera que nos ajudemos uns aos outros, sem preconceitos e sem arrogância.

Aquele jovem do trem não tinha outra intenção a não ser ajudar anonimamente a uma pessoa desconhecida, atendendo a um apelo do seu coração generoso.

Gesto semelhante igualmente constatamos em determinada entrevista.

Um jovem afirmava que nunca podia se sentar em suas viagens de ônibus urbano, pelo simples fato de não se sentir bem ficando sentado enquanto pessoas idosas, mães com crianças de colo ou gestantes estavam em pé.

Por vezes, dizia, solicitava a outros jovens que cedessem seus lugares a pessoas com deficiências físicas.

E, mesmo ouvindo de seus colegas, que está sendo tolo, ele não abre mão das atitudes que julga corretas.

Jovens como esses vêm ao mundo para torná-lo mais agradável, mais justo e mais humano. E é por essas e outras razões que vale a pena acreditar que o mundo está mudando.

Que o nosso planeta será cada vez melhor e mais receptivo a espíritos moralmente mais evoluídos.

*   *   *

Há pessoas que se entregam à depressão e outras enfermidades por acreditarem que ninguém se importa com elas.

Assim, um simples gesto de solidariedade pode se constituir em um dos mais poderosos remédios contra esse tipo de mal.

E é um remédio que não custa nada, não tem contraindicação e está ao alcance de todos.

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita, com base em
 história da seção
Flagrantes da vida real, de
 Seleções Reader’s Digest, de setembro/1948.
Em 28.8.2018

 

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