Momento Espírita
Curitiba, 25 de Abril de 2024
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ícone Com respeito à humildade

A humildade não pega bem nos dias de hoje. Isso é o que se ouve, muitas vezes.

Há uma noção generalizada de que ela diz respeito à humilhação, rebaixamento, a menosprezo.

E numa sociedade em que se valorizam apenas os vencedores, os que estão no alto, os que são número um, falar em colocar-se abaixo, parece um absurdo.

Acontece que ainda vivemos reflexos do materialismo que reinou durante tantas eras, e que nos gerou tantos males.

Entre eles o culto ao ego, uma preocupação ancestral dedicada à formação do caráter que privilegia a força pessoal, o destaque, a independência, o poder.

Essa preocupação em torno de falsos conceitos como o de que homem não chora, o forte prevalece, o vitorioso é aquele que soube resguardar-se distante dos problemas alheios, demonstra que esses são elementos nocivos e que se opõem à humildade.

Evitamos, então, entendê-la como virtude, como força. No entanto, a humildade pega bem, sim.

Ela nos põe em contato com o chão, com a base e apoio de tudo.

A própria raiz da palavra demonstra isso. Húmus significava solo. Também podendo ser entendido como aquilo que torna a terra fértil.

Partindo desse princípio, começamos a entender melhor o verdadeiro sentido de ser humilde.

Ser humilde é compreender nossa fragilidade, nossa fraqueza ante as forças da vida e os fatores destrutivos que se espalham por toda parte.

É observar a grandeza cósmica que nos deslumbra e perceber a dimensão de nossa pequenez, reavaliando pensamentos e posturas.

A humildade é virtude essencial para uma jornada feliz na Terra. Mediante a sua presença, percebe-se quanto se deve trabalhar o íntimo para aformosear-se as aspirações e avançar na solidariedade como fundamental comportamento para o equilíbrio.

Analisando-se, por exemplo, as conquistas conseguidas pela ciência e tecnologia, ao invés de presunção ingênua, a humildade nos faz perceber o infinito das possibilidades a conhecer e de enigmas a solucionar.

Por isso, quem é humilde cresce mais. Está ciente de que tem muito a aprender, com tudo e com todos.

Não menospreza opinião alguma. Não busca fazer prevalecer suas ideias à força. Não tira conclusões precipitadas sobre essa ou aquela questão.

Quem é humilde sabe ouvir, e quando se utiliza da fala numa conversa qualquer, a utiliza com tom adequado, ameno, sem ironias e sem a crítica mordaz.

Pouco conhecimento faz com que as pessoas se sintam orgulhosas. Muito conhecimento, que se sintam humildes.

É assim que as espigas sem grãos erguem desdenhosamente a cabeça para o céu, enquanto as espigas cheias as baixam para a terra, sua mãe.

  *   *   *

Jesus, que é o modelo da perfeição e da beleza de que se tem notícia, apagou a Sua grandeza na humildade para ensinar a vitória sobre as paixões inferiores.

Deu exemplo máximo da Sua elevação na última ceia quando, envolvendo-se com uma toalha, lavou os pés dos discípulos, demonstrando que sendo o Senhor, fazia-se servo de todos.

 Redação do Momento Espírita, com base no cap. 22,
do livro
Seja feliz hoje, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 31.8.2018.

 

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