Momento Espírita
Curitiba, 16 de Abril de 2024
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ícone O bem em cada um

Os membros de uma tribo da África do Sul possuem um costume sublime, que teve origem com seus ancestrais.

Quando algum integrante do grupo faz algo errado, causa dano ou prejudica alguém, é colocado no centro da aldeia e rodeado por toda a tribo.

Durante dois dias, nessa roda, as pessoas lhe dizem tudo de bom que ele já fez.

A tribo acredita que cada ser humano nasce bom e, ao longo da vida, busca segurança, amor, paz e felicidade.

No entanto, por vezes, as pessoas perdem a conexão com o amor, a bondade e a verdade, se afastam do bem que há dentro delas e cometem erros.

Eles veem esses erros como uma forma de pedir ajuda. Por isso, se unem para reerguer o companheiro e reconectá-lo com sua verdadeira natureza. Dessa forma, poderão lembrá-lo de quem ele realmente é.

Ao redor dele, dizem: Sawabona, que significa: Eu te respeito, eu te valorizo, és importante para mim.

Em resposta, o equivocado diz: Shikoba, que significa: Então, eu existo para ti.

Ao unir as duas palavras, Sawabona Shikoba, tem-se um outro sentido: Eu sou bom!

Quando pronuncia as duas palavras juntas, aquele que errou sinaliza que conseguiu resgatar a bondade em si.

Por meio de um ato de amor, a tribo faz com que ele se sinta querido e valorizado e assim o ajuda a ressignificar sua existência, afastando-se do que o motivou a cometer o erro.

*   *   *

Quando nos desviamos das leis de Deus, cometemos erros, prejudicamos nosso próximo, estamos agindo também contra nós mesmos.

Afastados do bem, atrasamos nossa evolução e causamos dor e sofrimento para nós e para os que nos cercam. Com isso, vamos nos distanciando das pessoas e criando mágoas, desafetos e inimizades.

A atitude dos membros dessa tribo nos mostra uma forma diferente de encarar e reagir ao mal, e nos remete aos ensinamentos de amor e perdão do Mestre Jesus.

Ao olhar para um companheiro que erra como alguém que pede socorro, eles compreendem que isso não apaga todo o bem que existe nele.

Ao acolhê-lo e cercá-lo com palavras de respeito e carinho, fazem aflorar o que há de bom em seu íntimo.

Quando erramos, necessitamos de perdão.

Da mesma forma, quando nosso próximo erra, também necessita de perdão.

Como agimos com aqueles que nos ofendem? Como esperamos que ajam conosco, quando somos nós a ofender alguém?

Deus nos criou iguais. Todos trazemos em nosso íntimo uma centelha divina. Todos buscamos a felicidade. Nossa tarefa é evoluir para a perfeição e assim nos aproximarmos do Pai.

Ver naquele que erra um irmão que, como nós, luta para vencer a si mesmo e, no lugar de criticar e ofender, acolher e auxiliar, é colocar em prática a lei de amor e caridade. É amar o próximo como a si mesmo.

É resgatar o bem em nós, reacendendo aquela centelha divina que jaz na intimidade de cada um e que nos faz estender a mão para resgatar, igualmente, o nosso irmão.

É vencer o orgulho e o egoísmo e dar um salto que nos impulsionará cada vez para mais perto de Deus.

 

Redação do Momento Espírita, com base no texto
Você conhece o significado das palavras Sawabona e Shikoba?,
de Silvana Rangel, disponível no site
http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos/autoconhecimento/
voce-conhece-o-significado-das-palavras-sawabona-e-shikoba-45630.html
e nos itens 114 a 127 de
O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB.
Em 17.3.2017.

 

Escute o áudio deste texto

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