Momento Espírita
Curitiba, 29 de Março de 2024
busca   
no título  |  no texto   
ícone Para tocar o céu

Sempre fui destemida! Com estas palavras a norte-americana Jessica Cox se definiu.

Psicóloga graduada pela Universidade do Arizona, pianista, faixa preta em taekwondo, piloto de avião.

Atividades incomuns, mas não impossíveis de serem realizadas por uma mulher bastante esforçada de trinta e três anos.

Isso, se não fosse o fato de ter nascido sem os braços, por conta de uma enfermidade genética.

Atualmente, escreve vinte e cinco palavras por minuto utilizando seus pés, seca seus cabelos, aprendeu a se maquiar, trocar suas lentes de contato, dirige carros e é a primeira mulher, na História da aviação, que pilota sem os  braços.

Aviões não foram feitos para serem pilotados com os pés, mas não desisti enquanto não tirei minha licença, revela Jessica. Pois quando você está no ar, sente aquela sensação de liberdade sem limites.

*   *   *

Você já parou para pensar em tudo que é capaz de realizar? Ou perdeu tempo pensando naquilo que deixou de fazer?

O que lhe falta para tocar o céu?

Nós, que somos filhos de Deus, recebemos como legado do Senhor da Vida a mesma força criadora que o faz, sempre e sem cessar, criar, gerar, formar.

A criação faz parte de nossa essência.

Geramos pensamentos, sentimentos, inventamos, reinventamos: o homem está sempre ativo.

Esse contínuo criar é a alavanca do Universo, da natureza e de nós mesmos. Renovamo-nos diariamente por essa força criadora que age em nós e, através da qual, agimos no mundo.

O combustível dessa alavanca chama-se amor.

Jamais pensemos que algo é impossível. Jamais desistamos de um sonho. Dentro de nós, existe a força criadora que nos foi dada por Deus. Também a capacidade de amar, que faz com que tal força jamais cesse.

Mudanças nem sempre são fáceis. Todavia, ainda mais difícil é lembrar-se de um antigo ideal que ficou no passado, de longínquas palavras que gostaríamos de ter dito e não dissemos, do abraço apertado que se perdeu nas brumas do ontem.

Se nos faltam os braços da coragem, da fé, do perdão, da humildade, da esperança, mesmo assim jamais desistamos e nos utilizemos dos pés, a fim de construir virtudes, a fim de realizar nossos sonhos.

Pés que, por hora, podem ser inábeis, podem necessitar muito ainda de treino e habilidades que acreditamos não possuir, mas que nos farão, a seu tempo, tocar os céus do progresso, do amor e da felicidade.

*    *   *

De Bertold Brecht colhemos os versos:

Desconfiai do mais trivial

Na aparência singelo.

E examinai, sobretudo, o que parece habitual.

Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito

Como coisa natural,

Pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural.

Nada deve parecer impossível de mudar.

*   *   *

Com que mãos, com que pés mudaremos o mundo? O nosso mundo?

O que nos falta para tocar o céu?

Redação do Momento Espírita, com base na Biografia de
 Jessica Cox, colhida em http://www.marieclaire.com/culture/
news/a15657/armless-pilot-jessica-cox
e com versos do poema
Nada é impossível de mudar, de Bertold Brecht.
Em 3.8.2016.

 

Escute o áudio deste texto

© Copyright - Momento Espírita - 2024 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998