Momento Espírita
Curitiba, 20 de Abril de 2024
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ícone O paralítico de Cafarnaum

Cafarnaum era uma cidadezinha que se situava no lado setentrional do lago de Genesaré.

Seus vales eram frescos, cortados por arroios cantantes.

Em suas praias as águas eram boas para a pesca e, por essa razão, disputadas pelos pescadores.

O casario era baixo, cercado por árvores frondosas, coloridas por trepadeiras de flores miúdas.

Jesus amava aquela cidade e a escolheu para o início de Seu ministério de amor.

Corria de boca a ouvido a notícia das curas e dos maravilhosos feitos do Mestre Nazareno, atraindo curiosos e aflitos das cercanias.

A casa de Simão Pedro havia sido invadida por grande número de pessoas que buscavam Jesus.

O sol estava alto, quando um grupo, carregando um paralítico, tentou aproximar-se da porta.

A multidão era tão compacta que não foi possível.

Porém, tamanha era a aflição do doente, há muito preso ao leito, que seus amigos ergueram-no ao terraço e desceram-no pelo teto da sala onde estava o Rabi.

Abriu-se um pequeno espaço na apinhada sala, e o Mestre, sem demonstrar qualquer surpresa, olhou demoradamente para o enfermo.

Natanael ben Elias, crês que eu possa te curar? – Perguntou Jesus, olhando-o nos olhos.

Sim, creio. – Respondeu rapidamente.

Tomado de súbito estremecimento, perguntou:

Senhor! Como sabes o meu nome? Conheces-me?

Sim, eu te conheço desde sempre. – Respondeu Jesus. – Sou o bom Pastor que conhece todas as ovelhas que o Pai me confiou.

Antes mesmo que Natanael pudesse refletir a respeito daquelas palavras, Jesus estendeu as mãos sobre ele e disse-lhe com voz firme e imperiosa:

Levanta-te, toma tua cama e vai para a tua casa.

Natanael ergueu-se e deu um grito de euforia ao perceber-se livre da moléstia que o infelicitou por longo período.

Sem muita demora abandonou a casa de Pedro, na companhia dos companheiros, ainda sem compreender bem o que lhe acontecera.

À noite, quando Jesus buscava refazimento à beira do lago de Genesaré, Pedro o encontrou com os olhos imersos em lágrimas.

Rabi, estás chorando? De felicidade, suponho, depois de tantos eventos felizes...

Choro, mas de tristeza. – Afirmou o Mestre.

Choro, Simão, porque neste momento, muitos daqueles que hoje curei se encontram entregues a antigos vícios. Recobraram o ânimo, a voz, a saúde, para se precipitarem outra vez nos despenhadeiros da insensatez.

Não tardará que se vejam enredados em novos desequilíbrios, prejudicando dolorosamente suas próprias existências.

Enquanto isso, não longe dali, Natanael ben Elias comentava sua cura, com infantil alegria, entre amigos embriagados e mulheres infelizes.

Exatamente como o Mestre descreveu, Natanael, como tantos outros, sem valorizar a nova chance que recebera, entregava-se ao equívoco e ao vício.

*   *   *

A proposta do Cristo jamais teve a intenção de oferecer ao homem alegrias superficiais.

As dores que nos chegam – usualmente causadas pela nossa própria negligência - são métodos severos, porém, eficazes para curar e disciplinar nossos Espíritos reincidentes no erro.

Somente a efetiva compreensão e aplicação dos ensinamentos do Mestre Nazareno nos possibilitarão alcançar a felicidade verdadeira.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 7,  do livro Primícias do Reino,
 pelo Espírito  Amélia Rodrigues, psicografia de  Divaldo Pereira Franco,
 ed. LEAL.
Em 20.6.2016.

 

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