Momento Espírita
Curitiba, 16 de Abril de 2024
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ícone Amigos são assim

Ele era um homem rico, justo e bom.

Membro do colegiado dos mais altos magistrados do povo de Israel.

Teve oportunidade de defender um Amigo, entre setenta dos seus pares. Não temeu perder o poder, a riqueza, o prestígio.

O mais importante era o Amigo. E o Amigo se chamava Jesus.

O nome do homem rico era José, da cidade de Arimateia, na Judeia.

O homem bom não conseguiu evitar o julgamento arbitrário do Mestre, pelo Sinédrio, em Jerusalém, nem a Sua condenação.

Acompanhou Sua trajetória de dores e ao vê-lO expirar na cruz, rapidamente se dirigiu ao procurador da Judeia.

Pilatos esperava que parentes do condenado Galileu viessem até ele para lhe pedir o corpo.

Estranhamente foi um membro do Sinédrio, que se dizia Seu discípulo, que O veio resgatar.

Pilatos cedeu de imediato. Talvez porque ainda estivesse um tanto perturbado pelo recado de sua esposa, que sonhara com o acusado daquele dia fatídico.

Ou talvez pelas palavras misteriosas do condenado. Ou pela consciência que lhe dizia ter condenado um inocente.

Com a permissão do procurador, José retornou apressadamente ao Calvário.

Precisava evitar qualquer tentativa brutal dos soldados ao corpo de Jesus.

Providenciou a retirada da cruz. E ele mesmo preparou tudo, junto com outros amigos, para o sepultamento.

As tiras para envolver os membros e o tronco. O sudário para cobrir o rosto. O lençol de linho para envolver o corpo.

Preparou também as ervas aromáticas especiais para o embalsamamento, conforme o costume judaico.

Nada era demais para o Amigo.

Perto do Gólgota, mais ou menos uns trinta metros, José de Arimateia tinha uma propriedade.

Era uma espécie de jardim. Havia um sepulcro cavado na rocha, para que o seu próprio corpo fosse depositado um dia.

Sem hesitar, ele cedeu o túmulo intacto para acolher o corpo do Amigo.

*   *   *

Ninguém vive sem amigos. Até mesmo o Rei Solar os teve durante Sua trajetória terrena.

E, na morte, os amigos O serviram, demonstrando sua terna afeição.

O livro bíblico de Eclesiástico se refere aos amigos, mais ou menos assim:Nada se pode comparar com um amigo fiel, e o ouro e a prata não merecem ser postos em balança com a sinceridade da sua fé.

O amigo fiel é um bálsamo de vida e de imortalidade. Não há medida que avalie o seu valor.

Amigo fiel é uma forte proteção. Quem o encontrou, encontrou um tesouro.

Não abandone o amigo antigo. Com ele você já andou muitos quilômetros e trocou confidências.

O amigo novo é alguém que chega para enriquecer a sua vida. Cultive as novas amizades, com zelo e prudência.

Lembre que a palavra doce multiplica os amigos e diminui os inimigos.

*   *   *

Sábio é aquele que cultiva amizades com o zelo de um jardineiro.

Na provação encontrará sempre uma presença discreta a lhe oferecer um ombro para chorar, um colo para se abrigar.

Feliz aquele que brinda o amigo com o que possui de melhor, pois esse reconhece a preciosidade da amizade.

Redação do Momento Espírita, com pensamentos do cap. 6,
 versículos 11 a 16, do livro bíblico
Eclesiástico.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 31, ed. FEP.
Em 22.3.2017.

 

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