Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Proibições

Quando somos crianças, ouvimos muito a palavra não.

Não ponha o dedo na tomada.

Não morda seu irmão.

Não tome friagem.

Não vá lá que é perigoso.

Não faça isso.

Não faça aquilo.

Os pais usam uma lista de proibições para poupar e proteger seus filhos de males que os poderiam alcançar, como consequência de determinadas ações.

Quanto mais nova a criança, menor sua condição de compreender a extensão que certas atitudes podem gerar.

Os pais, então, não negociam. Impõem proibições para preservar de perigos e sofrimentos, tanto a elas mesmas quanto a quem as cerca.

À medida que a criança cresce e amadurece, vai ampliando sua capacidade de compreensão.

Quanto mais madura, maior é a noção da relação entre causa e efeito.

O não ponha o dedo na tomada passa a fazer sentido porque o choque causado por essa ação provoca dor. E o ser humano não aprecia a dor.

O não morda seu irmão é compreensível porque, além de provocar dor no outro, pode haver revide.

O não tome friagem protege de adoecer e ficar acamado.

Assim, aquela lista de proibições passa a ter um caráter de preservação da dor e do mal, sinal de que os pais se importam com ela. E se importam porque amam seus filhos.

*   *   *

Quando a Humanidade estava na sua infância, saindo da barbárie, Deus, Pai de infinito amor, enviou, por meio de Moisés, uma lista de regras para uma vida mais equilibrada e um convívio harmônico na Terra.

Essa lista contém os Dez Mandamentos e, entre eles, diversas proibições:

Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão.

Não matarás.

Não cometerás adultério.

Não furtarás.

Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.

Não desejarás a mulher do próximo.

Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem outra coisa alguma que lhe pertença.

Naquela época, a Humanidade não conseguia compreender o alcance dessas regras.

Também não tinha conhecimento de que esses mandamentos traziam a essência da Lei Divina, a única necessária à felicidade do homem, pois lhe indica o que deve fazer ou não fazer, e ele se torna infeliz porque dela se afasta.

Da mesma forma que algumas crianças desafiam os pais e transgridem as regras, vindo a sofrer depois, muitos de nós também nos negamos a seguir a Lei Divina.

O sofrimento que nossa imaturidade e rebeldia nos causam se reflete também nos que nos cercam.

Assim a Humanidade segue, tendo em seu seio pessoas que vivem às turras com a lei, causando para si e para outros variados sofrimentos.

Também aquelas que não veem essas proibições como autoritarismo, mas sim como prova de amor.

Essas não brigam com Deus, não O desafiam, pois sabem que isso lhes irá causar sofrimento.

Compreendem que Deus é um Pai amoroso, aguardando que Seus filhos tenham maturidade para entender as Leis que regem o Universo.

E Deus sabe que quando isso acontecer, nenhuma proibição será necessária, pois os seres humanos agirão com consciência, visando sempre ao bem de tudo e de todos.

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. I, do livro
O Evangelho segundo o Espiritismo e na questão 614, de
O livro dos Espíritos, ambos de Allan Kardec, ed. FEB.
Em 19.4.2016.

 

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