Momento Espírita
Curitiba, 29 de Março de 2024
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ícone A sutileza do amor

O que nos vem à cabeça quando pensamos em uma grande prova de amor?

Provavelmente, as referências que nos chegam são ações heroicas, grandiosas.

Ou ainda aquelas atitudes tresloucadas, radicais, rompendo com o normal e o cotidiano, espantando e gerando comentários de todos.

Porque chamam a atenção ou porque exigem grande esforço momentâneo, acabamos por classificar esses gestos como grandes provas de amor.

Porém, o amor consegue ganhar formas muito mais sutis que essas, e não menos importantes.

Porque está na sutileza do amor o cuidado da mãe para arrumar o lanche do filho ao ir para a escola.

Na preocupação e torcida do esposo para que a companheira tenha sucesso na reunião importante, em um dia qualquer das tarefas profissionais.

O amor consegue se esconder na sutileza do cardápio escolhido a dedo pela avó, quando da visita de seus netos.

Ou ainda, na solidariedade do bilhete ou mensagem deixado ao amigo, em dias difíceis e doloridos pelos quais ele possa estar passando.

O amor tem esse poder, essa capacidade de fomentar grandes gestos e atitudes, mas também de se esconder atrás de pequenas ações.

Não raro, passa despercebido. Algumas vezes, confundido por obrigação social ou polidez.

É natural que assim seja, pois nem todos têm a sensibilidade ou o olhar apurado para percebê-lo, quando se mostra tão sutil.

*   *   *

Principiemos a exercitar a sutileza do amor.

Não esperemos grandes momentos, datas significativas ou situações quase heroicas para provar o nosso amor.

Nem aguardemos que a percepção de todos seja inconteste e a admiração unânime.

Exercitemos o amor sutil para aqueles que nos são próximos: uma gentileza inesperada, o cuidado com as preferências do outro, a preocupação com as necessidades de quem convive conosco.

Tais atitudes podem até passar despercebidas por aquele a quem as endereçamos.

Porém, tal qual delicado perfume, vai aos poucos impregnando os tecidos da alma daquele que sente sua ação.

Aos poucos, ele se sentirá aconchegado pelo carinho e afeto, frutos desses pequenos gestos de amor.

E, caso não sejam reconhecidos ou entendidos, ainda assim terá valido a intenção de amar.

Isso porque amar é sempre mais significativo para aquele que vivencia o amor do que para o alvo de sentimento tão nobre.

Aprender a amar, até mesmo aos inimigos, é recomendação inolvidável que nos deixou Jesus.

Assim, o aprendizado do amor passará inevitavelmente por esses gestos, muitas vezes pequenos, sutis, mas não de menor importância.

Se ainda não somos capazes de grandes gestos de amor para com essa ou aquela pessoa que compartilha nossa caminhada, comecemos pelas pequenas atitudes.

Porque, afinal, como nos alerta Jesus, amar àqueles que já nos são caros, até as pessoas de má vida o fazem.

Redação do Momento Espírita.
Em 22.2.2016.

 

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