Momento Espírita
Curitiba, 20 de Abril de 2024
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ícone O que nos pertence

O que verdadeiramente possuímos? O que realmente nos pertence?

A pergunta parece retórica, até mesmo, óbvia.

Afinal, parece claro que tudo aquilo que legalmente adquirimos, juridicamente está sob nossa guarda, nosso nome, nos pertence.

Segundo este conceito, pensamos possuir fortunas.

Quando temos muitas coisas, desenvolvemos a crença de que tudo que é relevante tem um preço. Por isso mesmo, pode ser adquirido, possuído.

Entretanto, chegam os imprevistos, a má administração, as atitudes imprevidentes, e a fortuna passa para outras mãos.

O dinheiro, os imóveis, as propriedades, que eram tão significativos para nós, deixam de nos pertencer.

Pensamos ser proprietários do próprio corpo e nele investimos horas de tratamentos, produtos, buscando deter a velhice, na ânsia de permanecermos jovens.

Enveredamos por exercícios descabidos, até na ingestão de drogas ilegais buscando os padrões estéticos vigentes, escravizando-nos à própria imagem.

Esquecemos de que, em um instante, podemos ser convidados a deixar o corpo para retornar à pátria espiritual.

E, posto que, efetivamente, o corpo que habitamos não nos pertence, seguimos a vida, deixando-o para trás.

Essas reflexões nos levam a entender a relatividade da vida e nos indagarmos: O que, efetivamente, nos pertence?

Reflexionar em torno desta questão nos permitirá dar o devido peso às coisas do mundo.

Nenhum problema há em conseguirmos ganhar dinheiro, construir fortunas, se temos um bom salário, de maneira honesta e honrada.

Entretanto, se o dinheiro que ganhamos é fonte de nossa alegria, satisfação e nele baseamos toda nossa existência, o que acontecerá se um dia não mais o tivermos?

Cuidar do corpo, manter uma vida saudável, praticarmos exercícios e esportes é lícito, recomendável.

Temos a responsabilidade de manter a saúde, não desperdiçando a oportunidade dessa existência.

Mas, quando os cuidados com o corpo passam a ser o centro de nossa preocupação, quando extrapolamos o bom senso em nome do corpo perfeito, da imagem irretocável, algo há de errado.

Isso porque a velhice chega, a doença pode se instalar a qualquer momento, a vida física pode se interromper, em um piscar de olhos.

E o que faremos quando o corpo adoecer, quando a forma física envelhecer?

*   *   *

Pensemos: O que verdadeiramente possuímos, e que levaremos para onde formos, é o que guardamos nos cofres da mente e do coração.

Assim podemos entender a relevância da recomendação de Jesus em não acumularmos tesouros que a traça e a ferrugem destroem e que os ladrões levam.

Dessa forma, que nossas preocupações e nossos tesouros não morem apenas nas paragens terrestres.

Que na vida também possamos nos servir do tempo para amealhar tesouros do Céu, aqueles que o tempo não consome, a traça não come, a ferrugem não corrói e que ninguém pode nos usurpar.

Guardemos a certeza de que, investindo nas coisas do coração e da mente, estaremos ajuntando fortunas que, verdadeiramente nos pertencem, tesouros inalienáveis do Espírito.

Redação do Momento Espírita.
Em 2.5.2015.

 

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