Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone A nossa justiça

Certo dia, o Homem de Nazaré nos alertou e o Evangelista Mateus registrou, com a certeza de que muito precisaríamos meditar a respeito: Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.

As anotações históricas nos dizem que aqueles homens citados por Jesus praticavam uma justiça exclusivamente a seu favor.

Para si mesmos, os seus familiares e amigos, tudo. Para os desafetos, os inimigos, nada.

Contudo, a justiça estabelece que a cada um deve ser dado conforme seu merecimento.

Quando analisamos os nossos próprios atos, logo constatamos que andamos distantes da verdadeira justiça. De um modo geral, nos dizemos indignados com a injustiça que vemos no mundo, diariamente. Alguns nos engajamos em movimentos de defesa dos direitos humanos e saímos às ruas, portando cartazes, exigindo que a justiça se faça.

Invocamos os direitos dos considerados minorias, escrevemos artigos a respeito, concedemos entrevistas, falamos no rol de amigos e conhecidos, no intuito de alerta e engajamento à nossa causa.

Entretanto, como vivemos em uma sociedade de homens imperfeitos, natural que o nosso sentido de justiça, por vezes, se apresente equivocado.

Nosso comportamento afirma que, embora clamemos por justiça, para nós e para os outros, nossos atos não são dignos dos homens justos.

É por isso que, quando batemos no carro do outro, se pudermos, fugiremos, na tentativa de escapar da responsabilidade.

Mas, quando alguém bate no nosso, exigimos nossos direitos. Procuramos cercar o causador do acidente, fotografamos, tomamos nota de todos os seus dados pessoais, contatos, pois desejamos o ressarcimento do dano que ele nos causou.

Outro exemplo que nos diz o quanto ainda estamos longe da verdadeira justiça é que, invocando nossos direitos, promovemos greves e passeatas por melhores salários.

Contudo, não lembramos de ajustar e melhorar o salário dos nossos servidores mais próximos, de forma espontânea.

Reclamamos que a cidade está suja, abandonada, que a autoridade competente se omite. Entretanto, mais de uma vez, atiramos papéis à rua, enquanto transitamos pelas avenidas que desejamos ver limpas.

Passeando por jardins públicos, quantas vezes arrancamos mudas de flores que queremos desabrochem em nosso próprio jardim?

E, quantas vezes, alegando necessidade imperiosa, estacionamos nosso carro sobre calçadas por onde as pessoas devem passar?

Sim, queremos justiça, porém, não vivenciamos o princípio básico: Fazer ao outro o que para nós desejamos.

Quando promovemos festas em nossa casa, quantas vezes exageramos o volume do som, não nos importando se a vizinhança deseja ouvir aquelas músicas, ou se crianças pequenas, idosos e doentes se encontram em repouso.

Nosso critério de democracia está equivocado porque temos um conceito que só serve para nós, que é contra os outros. No entanto, a democracia propõe o direito de todos, a justiça para todos.

Se não respeitamos os demais, como desejamos invocar justiça para nós?

Pensemos nisso e acolhamos a proposta de amor e justiça de Jesus. Então, a nossa avaliação de justiça será correta e precisa.

 

Redação do Momento Espírita, com ideias extraídas do programa televisivo
Vida e Valores, gravado por Raul Teixeira, em abril de 2008, no Teatro
da FEP, disponível em http://www.feparana.com.br/topico/?topico=2183
e citação do
Evangelho de Mateus, cap. 5, versículo 20.
Em 2.3.2015.

 

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