Certo comercial de uma rede de supermercados vem investindo muito na indagação: O que faz você feliz?
As imagens mostram cenas familiares, de afeto, de convivência com amigos. Em síntese, coisas que estão ao alcance de todos, independente de condição social, da casa onde resida, do local de trabalho.
O marketing insistente nos leva a nos questionarmos: O que nos faria felizes?
Acostumados a pensar na felicidade como algo distante, inatingível, miramos no futuro e esquecemos de viver o hoje.
Idealizamos o quadro de nossa felicidade quando tivermos adquirido a casa, com jardim amplo, piscina. Ou quem sabe, um apartamento luxuoso em condomínio fechado que, ademais, nos deverá garantir maior segurança pessoal.
Sonhamos que a felicidade nos haverá de abraçar quando possuirmos o carro do ano, último tipo, o mais cobiçado.
Falamos que um dia, quando fizermos a viagem dos nossos sonhos, plena será nossa felicidade.
Contamos os anos trabalhados, calculamos quantos nos faltam para a aposentadoria... porque então, sem compromissos profissionais, que nos assinalem as horas, seremos felizes.
Sempre conjugamos o verbo no futuro que, entretanto, poderemos não alcançar, nesta vida.
Tudo é transitório neste mundo e as circunstâncias se alteram com muita facilidade.
Por isso, importante pensar no presente o que nos pode fazer felizes.
E, então, olharmos em nosso entorno, descobrindo como é bom chegar ao final do mês e termos o salário garantido, mesmo que ele não signifique a solução total dos nossos problemas financeiros.
Lembrar de como nos sentimos felizes em poder comprar pequenos mimos para presentear nossos filhos, surpreender nossos amores, em dias de comemoração de coisa nenhuma.
Como é bom ter um lar para voltar, não importando seja uma casa luxuosa, ou um diminuto apartamento.
É o lar o lugar onde nos sentimos à vontade, onde fazemos a refeição com a família, onde descansamos, nos emocionando com um bom livro a sós, num cantinho especial; ou assistindo um filme junto a quem amamos.
Lar, um lugar para chegar. Um abrigo. Um lugar para ser feliz.
Pensando sempre no presente, nos sentiremos exultar por termos uma profissão, na qual nos realizamos, na jornada do progresso.
Haveremos de nos sentir exitosos por degustarmos algo saboroso, delicioso, usufruindo o prazer de comer. Um quindim, sorvete, pizza. Pão com queijo. Não importa.
Lembraremos das manhãs de sol, das caminhadas no parque, do passeio de bicicleta. Do descanso à sombra de uma árvore. Da beleza do verde e do perfume das flores.
Recordaremos do vento nos desalinhando os cabelos, do redemoinho das folhas mortas.
Tudo graças à possibilidade de nos locomovermos com nossas próprias pernas, de dispormos dos sentidos da visão, do olfato.
O que nos faz felizes? Um olhar, um abraço, um aperto de mão, um até logo.
Pensemos nisso. Enumeremos tudo, hoje, para não esquecer nada.
Não deixemos que chegue o amanhã em que não mais teremos isso ou aquilo, para descobrir o que ontem nos fazia felizes.
Pensemos: O que é mesmo que nos faz felizes?
Redação do Momento Espírita.
Em 12.12.2014.
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