Momento Espírita
Curitiba, 23 de Abril de 2024
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ícone A lição da meninice

Quem assiste os desenhos animados, com certeza terá oportunidade de rever seus próprios conceitos. Descobrirá que o mundo novo, de felicidade, se aproxima a passos largos.

Os desenhos infantis têm se caracterizado por combater o medo e acabar com o preconceito.

Têm proliferado, nas telas dos cinemas, figuras como o abominável homem das neves, monstros, dragões, ogros e bruxas.

Todos com uma característica em comum. Demonstram que se sentem sós porque não são aceitos pelas pessoas, por causa da sua feiúra, do seu aspecto grotesco, diferente das pessoas comuns.

Demonstram que têm coração que ama, que aprecia a beleza e adora a vida.

Assim, o dragão perseguido pela cidade inteira se extasia ante as flores, toma chá com delicadeza e toca flauta doce para alegrar o dia.

O ogro, que somente deseja viver no seu pântano, se apaixona pela princesa, oferece-lhe girassóis e a protege do mal, mesmo sabendo que a deve entregar ao Lorde com quem ela vai casar.

Os monstros, que assustam as crianças nos seus sonhos, se transformam ao contato com uma menina e criam a indústria do riso, modificando sua forma de ganhar a vida. Em vez de amedrontar, passam a viver dos risos que provocam nos pequenos.

Tudo isso é fantasia. Mas nossas crianças vão aprendendo que o feio somente é feio enquanto o amor não o observa. Pois quem ama, não vê a forma externa. Descobre o interior.

O amor nasce no coração e a outro coração se dirige.

Excelente exemplo o do dinossauro perdido que é adotado por uma família de pequenos símios. Um e outros se protegem mutuamente, demonstrando que para o amor não existem barreiras.

Bom seria se absorvêssemos essas belas mensagens, nas quais sempre o bem vence o mal, o amor supera tudo, pode tudo, vence tudo.

Onde as diferenças de tamanho, raça, cor são superadas pela necessidade de viverem juntos, buscando a harmonia.

Onde, quando se descobre alguém carente de proteção, não se pergunta se ao crescer ele será mau, porque pertence a essa ou aquela raça. O importante é protegê-lo, salvá-lo.

Onde o respeito aos mais velhos se faz presente, reconhecendo que se eles já não conseguem andar tão rápidos, precisam de alguém que fique para trás e os ajude.

Onde, mesmo em nome da sobrevivência, não se pode ser egoísta, porque o mais importante não é sobreviver a qualquer preço, mas viver com a consciência tranquila e o coração leve.

*   *   *

O mundo precisa de cérebros que visem somente o bem do seu semelhante, de corações que amem a todos. Enfim, de homens e mulheres com disposição para levantar a bandeira da paz, da concórdia e da harmonia, apesar de todas as diferenças.

*   *   *

Robert Fulghum disse que a sabedoria se encontra no jardim de infância.

Ali se aprende a compartilhar tudo, não bater nas pessoas, limpar a própria bagunça, não tomar o que não lhe pertence, pedir perdão ao ferir alguém.

Tomemos qualquer desses pontos e apliquemos ao sofisticado mundo dos adultos, à vida familiar, ao  trabalho, ao governo e imaginemos o tipo de mundo que teríamos se todos continuássemos a nos comportar como fazíamos quando crianças, antes que o tempo nos colocasse a capa da frieza, da indiferença, da ambição e do egoísmo.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais do cap. Tudo
aprendi no jardim de infância, de Robert Fulghum, do livro Um
presente especial, de Roger Patrón Luján, ed. Aquariana.
Em 1.10.2014.

 

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