Momento Espírita
Curitiba, 19 de Abril de 2024
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Emília pertencia a uma família de classe média, em país europeu que sofria crises e carestias. Fome e epidemias ameaçavam toda a população polonesa.

Desde pequena, ela tinha uma saúde frágil, e não melhorava devido às condições em que vivia. Muito jovem se casou com um operário têxtil e se estabeleceram em uma cidadezinha nova, Wadovice, a trinta quilômetros de Cracóvia.

Pouco tempo depois, nasceu Edmundo, um garoto belo, bom aluno, atleta e de personalidade forte. Chegaria a se formar em Medicina.

Em 1915, Emília deu à luz uma menina, que só sobreviveu poucas semanas, por causa das más condições de vida a que a família estava submetida.

Catorze anos depois do nascimento de Edmundo, e quase dez da morte de sua segunda filha, Emília se encontrava em uma situação particularmente difícil.

Tinha cerca de quarenta anos e sua saúde não havia melhorado: sofria severos problemas renais e seu sistema cardíaco se debilitava, pouco a pouco, devido a uma doença congênita.

Além disso, a situação política do seu país era cada vez mais crítica, pois havia sido muito afetado pela recém terminada Primeira Guerra Mundial.

Viviam com o indispensável e com a incerteza e o medo de que se instalasse uma nova guerra.

Nessas terríveis circunstâncias, ela percebeu que estava grávida. Apesar do acesso ao abortamento não ser fácil nessa época, e no país tão pobre, não faltou quem se oferecesse para praticá-lo.

Sua idade e sua saúde faziam da gestação um alto risco para sua vida. Ela se perguntou: Que mundo posso oferecer a este pequeno? Uma vida miserável? Um povo em guerra?

Emília desconhecia que só lhe restavam dez anos de vida, por causa de seus problemas de saúde.

Alguns anos mais tarde, aconteceria a Segunda Guerra Mundial e, no ano de 1941, o pai da criança que estava por nascer também perderia a vida.

Contudo, entre as dificuldades que a assombravam e a vida que nela palpitava, Emília optou por dar à luz ao filho, que chamou de Karol. Ele foi o único sobrevivente da família.

Aos vinte e um anos, ficou sem os pais e sem os irmãos. Esse menino se tornaria um grande homem. Nas visitas que realizou a cento e vinte e nove países, em nome da paz e do amor, pelas ruas, milhões de gargantas exaltadas gritavam: João Paulo Segundo, nós te amamos.

Com vários problemas de saúde, esse Papa confessou que somente se sustentava pela força das orações em seu favor.

*   *   *

Emília podia ter decidido não permitir o nascimento daquele terceiro filho.

Que grande homem teria perdido o mundo. Um homem que utilizou do seu prestígio para falar a dirigentes das nações das doenças da sociedade e que, esperançoso, afirmava que há razões para confiar, para esperar, para lutar, para construir.

Jamais digamos não à vida. Não importam as situações adversas, nem as nuvens borrascosas que teimam em se apresentar.

O ser que bate à porta do coração poderá nascer para grandes feitos ou, simplesmente, para enrolar seus braços em seu pescoço e sussurrar aos seus ouvidos: Eu te amo, mamãe.

 

Redação do Momento Espírita, com base em
biografias de João Paulo II, nos sites
http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Jo%C3%A3o_Paulo_II e
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/biography/index_po.hm
Em 11.9.2014.

 

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