Momento Espírita
Curitiba, 29 de Março de 2024
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ícone Justiça e misericórdia

Quando nos referimos aos atributos Divinos, dizemos que Deus é infinito em todas as Suas atribuições.

Dizemos que Ele é único, eterno, imutável, imaterial, onipotente, soberanamente justo.

Dizemos ainda que Ele é misericordioso e bom.

Justiça é a faculdade de julgar segundo o direito e melhor consciência.

Misericórdia é a compaixão, o pesar, a piedade ante a dor alheia.

Será possível que andem juntas a misericórdia e a justiça Divinas?

O cancioneiro popular Adorinan Barbosa colocou na boca do filósofo Joca, em uma de suas produções musicais, que Deus dá o frio conforme o cobertor.

Essa imagem bem traduz a justiça e a misericórdia Divinas.

O frio é a justiça Divina alcançando o ser que ontem fraudou, burlou a lei.

O cobertor, que auxilia a vencer a intempérie, significa a misericórdia que se estende a esse mesmo devedor.

Se prestarmos atenção, veremos que, em todas as situações da vida, a justiça de Deus se manifesta ao lado da Sua misericórdia.

Assim, no mundo de vicissitudes em que vivemos, encontramos as enfermidades abraçando vidas.

É a justiça de Deus cobrando aos seres os seus descalabros do ontem ou do hoje: excessos, abusos, intemperança.

Ao seu lado se multiplicam médicos, enfermeiros e atendentes receitando, medicando, minimizando dores...

São os intérpretes da misericórdia de Deus.

Ao lado deles cientistas se debruçam sobre tubos de ensaio, investindo noites e horas sem fim, com o objetivo de descobrir novas fórmulas para curar enfermidades ou diminuir sofrimentos.

Outros profissionais se importam com o bem-estar moral dos seus pacientes e estabelecem linhas mestras de atendimento, onde a atenção, o tempo, a renúncia, são notas constantes.

A justiça de Deus estabelece que a cada um deve ser dado conforme as suas obras.

Geralmente, quem retirou dos cofres públicos quantias preciosas, retorna para devolver a esses mesmos cofres, através do seu trabalho, tudo que usurpou indevidamente.

Mas a misericórdia de Deus permite que a criatura, nesse contexto, se mantenha e sustente os seus com essa mesma atividade.

Muitas vezes, quem se serviu do corpo perfeito para a prática do mal, retorna em outro momento, com determinada deficiência.

No entanto, não lhe faltarão seres abnegados que o receberão como filho, professores que se dedicarão para que ele viva o melhor possível, face às suas limitações.

Não raro a justiça Divina estabelece que devedor e credor se reencontrem no ninho doméstico para os devidos ajustes.

A misericórdia concede a um e outro o esquecimento do passado a fim de que a reparação se concretize em ambiente isento de acusações infelizes.

A justiça alcança o devedor e o cobra. A misericórdia se coloca ao lado e lhe oferta o ombro amigo para chorar, o braço forte para amparar, uma voz para renovar o ânimo.

Deus é justiça. Também Pai amoroso e bom. A justiça estabelece o ressarcimento à lei. A bondade estende oportunidades de reparação.

*   *   *

A sabedoria providencial das Leis Divinas se revela, nas pequeninas coisas, como nas maiores.

Essa sabedoria não permite se duvide nem da justiça, nem da misericórdia de Deus.

Justiça e misericórdia se manifestam na Terra em forma de cobrança e oportunidade, resgate e compensação.

Preste atenção e descubra você mesmo como a justiça e a misericórdia Divinas andam de mãos dadas.

 

Redação do Momento Espírita, com base em palestra de
Altivo Ferreira, na Federação Espírita do Paraná,
em 28.8.2005.
Em 28.4.2014.

 

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