Momento Espírita
Curitiba, 29 de Março de 2024
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ícone Posição infelicitadora

Na estrada humana, a defrontamos a cada passo – a sombra infelicitadora da inveja.

Os que a possuem, dificilmente admitem. Mas sofrem intensamente.

O invejoso sofre em constatar que o outro detém o que ele não tem. Em não poder fazer o que o outro faz.

Inveja a fortuna bancária, a posição social, os títulos intelectuais, os dotes artísticos, a roupa nova, a jóia diferente, a viagem realizada.

Enfim, tudo que esteja em mãos alheias e não nas suas.

Por vezes, o invejoso cai na vala do ridículo, em função da ansiedade de ocupar o lugar de terceiro, a todo custo.

Planeja, maquina, confunde mentes para alcançar o cargo que almeja. Depois, por não ter condições, não dá conta do recado.

Pior é que, nesse intento, prejudica instituições de valor, entravando ou prejudicando ações de importância para a comunidade.

Mais lamentável quando se enche de mágoa, de raiva, de maus sentimentos para com o outro.

E estabelece planos doentios para o destruir. Monta calúnias, divulga mentiras e espalha malquerenças.

Porque não consegue privar da amizade de que o outro é alvo, o invejoso arquiteta planos para destruir a confiança entre eles.

Seu intento é ter para si aquela amizade, parecendo bom e leal.

Desejando aparentar o que não é e o que não tem, o invejoso pode se encher de dívidas.

Somente para não perder o fio dos modismos, investe em grifes que não tem condições de sustentar, realiza viagens fantásticas, adquire carros importados.

Nesse diapasão, precisando conseguir sempre mais valores amoedados, pode se comprometer com crimes e contravenções. Tudo, para conseguir dinheiro fácil e rápido.

A inveja se torna uma força perturbadora porque enceguece o invejoso.

Ele não se apercebe que se trabalhar como os outros trabalharam, se devotar-se da forma que os outros se devotaram, por certo tudo conquistará.

São muitos os que invejam os atletas a receberem medalhas de ouro, esquecidos das horas intermináveis de treinamentos a que se submetem.

Ou invejam a oratória brilhante, sem cogitar das renúncias realizadas pela pessoa para estudar, se preparar.

Renúncias que o invejoso não deseja conhecer, nem experimentar.

Para todos os que nos afirmamos cristãos, importante nos despojemos da inveja.

Sabedores de que todos fomos criados pelo mesmo amor de Deus; que nossa finalidade é a perfeição, invistamos em nossas próprias conquistas.

Nunca desejemos ser igual ao outro, porque ninguém é igual a ninguém. Cada pessoa tem seus próprios talentos, seus próprios valores a desenvolver.

Se canta, ninguém o fará como o outro porque a voz é pessoal. Poderá ser melhor, ou semelhante, nunca igual.

A beleza do mundo está justamente nesta diversidade sem par com que a Divindade idealizou a Humanidade.

Se executa um instrumento, embora a partitura possa ser a mesma, o toque pessoal se apresentará, sem dúvida.

Se faz palestras, a sua entonação de voz, a construção das imagens verbais é de cada um. Pessoal, intransferível.

Se dá aulas, ninguém fará de forma idêntica ao outro.

Assim, busquemos fazer nossa vida mais leve, mais fraternal e consistente.

Apoiemo-nos nas lições de simplicidade e desprendimento, ensinadas por Jesus.

Admitamos que o que temos é aquilo que podemos ter, que nosso esforço conseguiu.

E, sem ares de comodismo ou estagnação, como o Apóstolo de Tarso, digamos: Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 26 do livro Para uso diário, do Espírito Joanes, psicografia de J. Raul Teixeira, ed. Fráter.

Em 22.11.2007.

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