Momento Espírita
Curitiba, 29 de Março de 2024
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ícone Realizando sonhos...
 

A mídia falada, escrita, televisiva, vez ou outra, enfoca as lutas,  agruras e conquistas de pessoas famosas.

São astros da música, do cinema, da televisão que tiveram infância difícil, com ou sem pais, sem pão, sem abrigo.

Alguns desses, bem sucedidos no momento, não esquecem suas origens e, recordando o sofrimento passado, se transformam em mãos abençoadas, distribuindo favores, atendendo necessidades.

Outros, contudo, se transformaram em pessoas egoístas que, por terem sofrido muito, se acham agora em pleno direito de tudo usufruir, gozar. Esses, pensam somente em si.

Quando recordam o passado, o fazem de forma amargurada, afirmando que tudo lhes é devido, tudo merecem, por terem padecido em anos passados.

Mas, não são somente famosos que têm histórias interessantes.

Existem pessoas anônimas, pelo mundo, que alcançaram êxitos ainda mais surpreendentes e frutos mais saborosos.

A diferença é que não são focalizados pela mídia.

São pessoas sem beleza exterior exuberante. Pessoas como a alagoana Rosa Célia Barbosa. Pequena, metro e meio de fortaleza moral e vontade de vencer.

Aos 7 anos, Rosa foi largada num orfanato, em Botafogo, no Rio de Janeiro. Chorou durante meses.

Toda mulher de saia que via, ela achava que era a sua mãe que a vinha buscar. Depois de um tempo, desistiu...

Rosa Célia fez vestibular de Medicina quando morava, de favor, num quartinho e trabalhava para se manter.

Formou-se e decidiu se dedicar à cardiologia neonatal e infantil, quando estava no Hospital da Lagoa, no seu Estado de origem.

Sem saber inglês, meteu na cabeça que teria que estudar em Londres, com nada menos que a maior especialista no mundo, Jane Sommerville.

Estudou inglês e conseguiu uma bolsa. Em Londres, era motivo de gozação dos colegas ingleses por causa de seu inglês ruim.

Mas, quando acertou um diagnóstico difícil numa paciente escocesa, que examinou por oito horas seguidas, ela ganhou o respeito geral.

Ao lembrar do fato, Célia, divertida, diz que o inglês da paciente era ainda pior do que o seu próprio.

De Londres, Rosa Célia foi direto para Houston, nos Estados Unidos, como escolhida e convidada.

Foi então que descobriu estar grávida. Pediu 24 horas para pensar e optou pelo filho, retornando para o Rio de Janeiro.

Todo ano viaja para estudar. Passa, no mínimo, um mês no Children´s Hospital, em Boston, Estados Unidos, trabalhando 12 horas por dia.

No Rio de Janeiro, abriu consultório, reassumiu seu lugar no Hospital da Lagoa e já mereceu destaque em reportagem que apontou os melhores médicos daquele Estado.

Chefia um sofisticado Centro Cardiológico, onde são tratados casos limite, histórias tristes.

Hospital privado, caríssimo. Mas ela achou um jeito de operar ali crianças sem posses.

Criou uma ONG, consegue dinheiro com amigos e empresários e já conseguiu que fossem atendidas 500 crianças. 120 foram operadas.

Rosa Célia não tem fotos na mídia, nem brilha nas passarelas da moda.

Talvez nunca sua vida se torne um filme e diga ao mundo o que ela fez.

Mas ela sabe e tem certeza de que alcançou o seu sonho: Sonhei a vida inteira, diz ela. E consegui. Não importou ser pobre, ser órfã, ser mulher, baixinha, alagoana. Eu consegui.

Rosa Célia, um exemplo de quem perseguiu um sonho e o tornou uma feliz realidade.

Um exemplo para seguir, para insuflar coragem de lutar, para afirmar a muitos de nós que não devemos desistir dos nossos sonhos. Nunca.

                                                           *   *   *

Conquistas, sem amor, são efêmeras. Quando a criatura se reveste de amor, esparze, enquanto se felicita pelas metas alcançadas, júbilos e bênçãos ao seu redor.

Ama, pois, sonha e sê feliz, porque onde quer que esteja, a criatura humana é o grande investimento da Divindade.

 Redação do Momento Espírita com base em crônica de
Arnaldo Jabor, intitulada Dra. Rosa Célia Barbosa x Galisteu.
Em 17.07.2009.

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