Momento Espírita
Curitiba, 29 de Março de 2024
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ícone Senhora da justiça

Poucos somos aqueles que não temos medo dela. Alguns nem lhe pronunciamos o nome.

É como se o sol nublasse quando ela se aproxima.

Às vezes, chega de mansinho, dando avisos diversos, aqui e ali.

De outras, ela chega repentina, rude, como se fosse um felino saltando sobre a presa.

Num ou noutro caso, nunca é bem-vinda.

Os homens a pintaram, desde épocas recuadas, como uma megera ameaçadora, de vestes negras, horripilantes.

Tudo nela causa temor.

A sua presença é motivo de amarguras, lágrimas e saudades que não têm fim.

Trata-se, no entanto, de servidora de Deus em favor da grande vida.

Costuma ser rejeitada, considerada como poderosa e intransigente inimiga, destruidora de sonhos.

Tudo por causa do pouco entendimento quanto à sua grave e divina missão.

Quando ela se apresenta, é como se sobre todas as coisas caísse neve enregelante.

A paisagem dos corações se transforma em um inverno intensamente frio e dolorido.

Uma paisagem sem esperanças.

Situada na faixa da justiça, ela não privilegia a ninguém. Não lhe interessam condições econômicas, culturais ou sociais.

Nem se curva a faixas etárias ou a postos de comando, títulos, cargos de importância do mundo.

Poucos de nós, em descobrindo sua aproximação, conseguimos manter a paz e pouquíssimos expressamos contentamento quando ela se anuncia.

Contudo, ela representa as Leis Divinas. E as Leis de Deus sempre visam ao bem de todas as almas, filhas do Seu amor.

É possível que todos tenham identificado de quem falamos. A senhora da justiça: a morte.

Ninguém lhe foge. Ninguém a ela se furta. Poderosos, comandantes e comandados, ricos, pobres, a todos alcança, no devido tempo.

*   *   *

Aqueles que conhecemos Jesus e admitimos a perfeição da vontade do nosso Criador, aprendemos a respeitar essa presença, que tanto assusta, desde tempos recuados.

Não precisamos lhe prestar culto. Também não precisamos temê-la.

Basta que vivamos nobremente no mundo e que ensinemos aos nossos filhos a agir de igual forma.

Ela chegará um dia. Poderá se apresentar mansa, como a luz do dia que dilui as sombras da noite, ou rápida e violenta, como o salto de um animal.

E todos seremos transladados dos campos do passageiro aprendizado terrestre para o grande lar da vida imperecível, no seio das estrelas.

Podemos acreditar que, após a morte, haveremos de dormir um longo sono.

Ou pensar que iremos, conforme nossos méritos, para lugares determinados e fixos.

Ou guardar a certeza de uma vida plena, no mundo espiritual ativo e atuante.

O que é certo é que a morte nos arrebatará a vida física, mas, na qualidade de Espíritos imortais, prosseguiremos nossa jornada de luz.

*   *   *

Cada pessoa morre conforme vive, ligada às paisagens festivas da esperança ou algemada às paixões fatigantes dos seus desvarios.

Cada um morre no corpo, transferindo para a realidade espiritual o patrimônio que lhe é próprio, sem protecionismos, nem punição injusta.

Vivamos, assim, de tal forma que, em chegando a morte, ela nos encontre em paz, para que prossigamos nossa vida em outra dimensão.

Redação do Momento Espírita, com base na mensagem
Senhora da Justiça, pelo Espírito Rosângela, psicografia
de J. Raul Teixeira, em 17.7.2006, em Niterói-RJ e frases
do verbete
Morte, do livro Repositório de Sabedoria, v. 2,
pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo
Pereira Franco, ed. LEAL.

Em 10.3.2021.

 

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